26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Brasil, identifica-o com imagens cristãs (“Cristo dos humildes”, “Varón apostólico”,<br />

“Exempro de xustos”, “Cristo de culpas alleas”, “noso Urías”, “o mártir Mauricio ou santo<br />

Lourenzo”, “Cristo resurreito”) e expressa, como se segue, a sua admiração pelo talante<br />

desse suposto patriota e a sua submissão a ele: “¡O meu curazón e um ramo de frores,/ para<br />

tí, Tiradentes,/ e si ben poidera, do mundo os louvores,/ coma protomártir dos<br />

Inconfidentes!”. Na Vila Rica de Ouro Preto da época da Inconfidência, situam-se os três<br />

sonetos dedicados a personagens da cultura mineira setecentistas: Marilia e Gonzaga,<br />

Soidades que tiña o poeta Tomás Antonio Gonzaga da belísima Marilia de Dirceu<br />

nantramentras il se achaba no desterro de Angola e O Aleixadiño. No poema Marilia e<br />

Gonzaga (García, 1977: 69) diz que a biografia de Tomás Antonio Gonzaga é a “historia<br />

dun gran home”, a qual serviria “pra facer un bó libro de versos, un romance, unha peza<br />

dramática”. Desse poeta destaca que, ainda que desterrado e afastado do seu amor,<br />

continuou escrevendo versos “pra adourada meniña”, mas, dela, censura a sua conduta logo<br />

após eles se terem afastado por não ter sabido se manter leal ao que fora seu namorado.<br />

Assim, García Rodríguez expressa que Marília “logo teve amores,/ axitados e tolos, que<br />

non fái ben lembralos”, pelo qual ela foi como “un anxo de ilusioes, pro – ¡ai! – un anxo,<br />

que pouco o/ foi na vida”. Em Soidades que tiña o poeta Tomás Antonio Gonzaga (García,<br />

1977: 70), a voz é a de Gonzaga, quem se dirige, da distância, a Marília, comunicando-lhe<br />

o seu imperecedouro amor e a sua confiança em o poder retomar. Enquanto isso não<br />

acontece, ele aguarda, tendo-a presente: “Nantramentras, por tí, perdido o sen,/ a rosa dos<br />

teus beizos bicaría,/ onte, hoxe, mañán, eiquí e alén.” Por sua vez, o soneto O Aleixadiño<br />

(García, 1977: 72) é um retrato e uma homenagem do escultor mineiro Antônio Francisco<br />

Lisboa, louvado por saber fazer “coa ialma o que as mans non podían”, lavrando profetas<br />

“nos adros das eirexas de Minas”, isto é, em Congonhas do Campo. No último terceto o<br />

autor enfatiza que a obra do Aleijadinho: “pónlle ilusioes novas ao inquedo camiñante,/<br />

enderéitalle os pasos ao que se acha perdido,/ e dalle a paz de Deus ao que de Deus tén<br />

sede”.<br />

Em Inconfidentes na Bahia (García, 1977: 18-21), verseja-se a Guerra ou Revolta<br />

dos Alfaiates, isto é, a conjuração baiana ocorrida em Salvador em 1798, ressaltando-se o<br />

seu caráter popular e os seus ideais igualitaristas e antiescravistas e elogiando-se a<br />

heroicidade dos executados (o soldado Lucas Dantas do Amorim Torres [Amorín], o<br />

880

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!