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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Se goza de su lectura con fruición. En el desdoblamiento de las páginas, hay estampas soberbias. En<br />

la médula del volumen, aletea la esmeralda de una mariposa, tiembla la perla de una gota de agua,<br />

acechan los ojos coruscantes de un pájaro simbólico, topamos con el enredijo y la maraña de la selva,<br />

el monte, el mar, la raza, el afán, la gloria, la vida íntima y gozosa de la naturaleza en su mayor<br />

escenario americano.<br />

De antología son muchas visiones. De escritor costumbrista, todo el libro. Nunca el libro o la crónica<br />

del periodista extranjero que quiere abarcar de un vistazo la tierra que visita. Hay capítulos que a los<br />

brasileños les serán particularmente gratos. La realidad vive en cualquier estampa. El lente de Daglio<br />

tiene cristal purísimo y sensibilidad exquisita (Daglio, 1951: 9).<br />

O convencimento de que o advertido nas suas anotações não fora com anterioridade<br />

revelado em nenhum outro escrito é o princípio que, na visão de Daglio, há de sublinhar o<br />

turista que se converte em autor de impressões de viagem, de crônicas ou de reportagens.<br />

Nesse sentido, o reconhecimento que poderia fazer o turista-autor de que o que ele<br />

comunica já fora apresentado desvirtuaria o valor que ele outorga ao seu produto. Destarte,<br />

o turista-autor tem que insistir na sua distinção como observador em relação tanto aos<br />

outros estrangeiros quanto aos nativos.<br />

No início de Kodak, El Brasil ante mi lente, Andrés Daglio assim o faz. Ele assinala<br />

que não todos os turistas são iguais. Há, segundo ele, uma maioria que só viaja aos lugares<br />

que são tópicos; trata-se dos destinos populares enquadráveis na categoria não-marcada do<br />

turismo trivial por esses destinos gozarem de representações inquestionáveis. Esses lugares,<br />

por sua vez, ao serem alvos turísticos consagrados, demandam a visita de qualquer cidadão<br />

que queira reclamar para si o qualificativo de cosmopolita, o qual faz com que a sua<br />

escolha não parta da sua adequação com o gosto particular do turista senão da obrigação<br />

assumida por ele de haver ido até lá para não se sentir excluído do grupo de sujeitos<br />

conhecedores dos itinerários turísticos internacionais. Apesar disso, muitos dos integrantes<br />

do turismo de massas não são capazes nem de enxergar, além da superfície, os ícones<br />

canonizados desse turismo internacional. Frente a eles, estão os agentes da categoria<br />

marcada do turismo, isto é, da categoria distinta, a inscrição na qual, em primeiro lugar,<br />

exige a capacidade para observar e analisar as particularidades mais curiosas e sutis dos<br />

espaços canonizados como destinos do turismo internacional, incluindo-se os seus campos<br />

sociais, sendo também precisa a demonstração da possessão da sensibilidade e da<br />

inteligência para entender os produtos sociais e os cenários naturais. Em segundo lugar,<br />

essa inscrição demanda a coragem para escolher direções remotas e exóticas, deslumbrantes<br />

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