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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Amador Sánchez, Fidelino de Figueiredo 261 , Julio García Morejón – desenvolveram estudos<br />

com essa orientação, um labor ao qual se uniria o Instituto de Cultura Hispânica de São<br />

Paulo, criado em 1963 262 . Trata-se de estudos com títulos como Acción y símbolo de Miguel<br />

261 Os primeiros estudos hispanistas de Fidelino de Figueiredo são anteriores à sua etapa brasileira. Trata-se<br />

dos produtos Cartas de Menéndez y Pelayo a Garcia Peres (Figueiredo, 1921), As duas Hespanhas<br />

(Figueiredo, 1932) e Lope de Vega – Alguns elementos portugueses na sua obra (Figueiredo, 1936), este<br />

último publicado em Santiago de Compostela fazendo parte das Publicaciones del Instituto de Estudios<br />

Portugueses de la Universidad de Santiago.<br />

262 A história do ensino de língua espanhola, e as suas receptivas literaturas, na Universidade de São Paulo foi<br />

exposta por Mario M. González no artigo Língua e Literaturas Espanhola e Hispano-Americanas (González,<br />

1994) Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2009. Desde a década de 1910, o ensino da língua espanhola e das<br />

literaturas em língua espanhola em liceus e em faculdades brasileiras motivou a elaboração e publicação de<br />

manuais sobre essas matérias. Durante a nossa pesquisa, não encontramos nenhuma tese anterior à defendida<br />

em 1919 pelo filólogo, lingüista e lexicógrafo Antenor Nascentes para o concurso de professor catedrático de<br />

espanhol do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, intitulada Um Ensaio de Fonética Diferencial Luso-<br />

Castelhana – Dos elementos gregos que se encontram no espanhol. Antenor Nascentes publicou, em 1920, o<br />

manual Gramática da Língua Espanhola, que foi seguido em 1943 pela Antologia espanhola e hispanoamericana.<br />

Posteriormente, na década de 1940 e sob o impulso da inclusão do espanhol nos cursos clássico e<br />

científico, a Companhia Editora Nacional de São Paulo lançou o Compêndio de literatura espanhola e<br />

hispano-americana e o Manual de espanhol de Idel Becker (1943; 1945), Leónidas Sobrino Porto publicou,<br />

no Rio, a sua Antologia Española (Porto, 1947), José Ramón Calleja Alvarez o método Español Básico<br />

(Calleja, 1949), em 1949, Manuel Bandeira um manual intitulado Literatura Hispano-Americana (Bandeira,<br />

1960) e, em Porto Alegre, em 1958, João Francisco Ferreira publicou uns Capítulos de Literatura Hispano-<br />

Americana (1958). Acreditamos que a primeira resenha sobre a história do ensino da língua espanhola no<br />

Brasil foi a publicada por Pinto do Carmo (1960: 141-45) sob o título Novo Impulso ao ensino do espanhol. O<br />

autor informa que o início desse ensino foi conseqüência da política de reciprocidade bilateral entre o Brasil e<br />

o Uruguai: “Não foi em homenagem ou reconhecimento a qualquer iniciativa da tradicional Ibéria que se<br />

criou, em 1919, no Colégio Pedro II, a cadeira de espanhol, como primeira tentativa de se oficializar o ensino<br />

desse idioma. A sua instituição brotou em pagamento a fidalgo gesto do Legislativo Uruguaio que, ao tempo,<br />

por proposição de um de seus membros, se mostrou interessado na criação, em Montevidéu, de uma cadeira<br />

de português colimando com isso conservar e ampliar os bons laços de amizade e convivência que nos unem<br />

de longa data (Realmente, a proposta para instituição de uma cadeira de português foi apresentada no<br />

legislativo uruguaio; mas, por não ter tido andamento, não se criou a cátedra” (Carmo, 1960: 141). Pinto do<br />

Carmo recopila e comenta as leis e os decretos-leis que forma aprovados no Brasil para a introdução da língua<br />

espanhola como disciplina curricular na Educação Básica, da primeira – a Lei n. 3.674, de 7 de janeiro de<br />

1919, que estabelecia o ensino do espanhol no colégio padrão da República (o Colégio Pedro II, no Rio) – até<br />

a tentativa, justificada na política do entrelaçamento das relações pan-americanas, do Ministro de Educação e<br />

Cultura Clóvis Salgado, levada como projeto de lei ao Congresso Nacional pelo Presidente Juscelino<br />

Kubitschek aos 22 de setembro de 1958, de converter o ensino do espanhol em disciplina estrutural –<br />

obrigatória – no 1º ciclo do curso secundário, deixando de ser só uma disciplina complementar do curso<br />

ginasial e dos cursos clássico e científico, alterando-se, assim, o que dispusera o Decreto-Lei de 9 de abril de<br />

1942. A razão pela qual nós detalhamos o projeto de lei sobre o ensino da língua espanhola que levara ao<br />

Congresso Nacional o Presidente Kubitschek é que essa iniciativa motivou uma carta que o Caudilho<br />

Francisco Franco endereçou ao Primeiro Magistrado Brasileiro salientando as conseqüências benéficas que<br />

proporcionaria a expansão da língua castelhana. Eis essa carta, que foi divulgada aos 25 de novembro de 1958<br />

pelo diário carioca Jornal do Comércio: “Excelência: Muito grato lhe sou pela carta que, por meio da entrega<br />

a Vossa Excelência do Colar de Isabel a Católica, me remeteu e na qual me comunica a auspiciosa notícia do<br />

envio ao Congresso dessa nobre Nação da Mensagem propondo a obrigatoriedade do ensino da língua<br />

castelhana nos estudos secundários, fazendo-se assim intérprete do sentimento geral do seu povo. A carta de<br />

Vossa Excelência corresponde inteiramente ao ideal que animou a Rainha Católica, cujo colar hoje Vossa<br />

Excelência ostenta, pois os valores de espírito foram sempre o norte de todas as suas iniciativas. Sem dúvida,<br />

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