26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ollos no ceo, mentras cobizo,/ esmeraldas de versos polo chan./ Coma as meniñas craras<br />

dos teus ollos,/ que firen para dar vida ou para matar”.<br />

O poema Os Padres Xesuitas no Brasil (García, 1977: 27-29) é um encômio de<br />

inacianos ilustres entregues à evangelização do Brasil. Inicia-se com a louvação dos<br />

“quarenta mártires” – o grupo dos jesuítas de Inácio de Azevedo assassinado em 1568,<br />

durante uma travessia atlântica, por corsários calvinistas – e com a louvação dos doze<br />

mártires, um outro grupo, o de Pero Dias, massacrado no ano seguinte durante uma outra<br />

tentativa, de evangelizadores jesuítas, de alcançar as costas brasileiras. Logo o poeta referese<br />

a evangelizadores jesuítas dos aborígines nos sertões brasileiros – o irmão Saloni, Gaspar<br />

Lourenço, Luís Figueira, Luís de Góis, Gaspar de São Peres, Francisco Pintos –, de quem<br />

diz que: “Foran mostra tan só da boa estirpe,/ criadores do ensino e do teatro,/<br />

preservadores das línguas dos indíxenas,/ cronistas, literatos, refinados,/ fixeron fortalezas e<br />

poesía/ polas capitanías da conquista”. O poema termina com o epifonema: “¡Si os soldados<br />

ao Brasil déronlle o corpo,/ inacianos ao Brasil déronlle a ialma,/ coma o sol, refreixado<br />

nun espello,/ dálle a quentura e luz de que se gaba!”. Aos jesuítas José de Anchieta e<br />

Manoel de Nóbrega dedica senhos sonetos – O Padre Xosé de Anchieta (García, 1977: 75)<br />

e Padre Manoel de Nóbrega (García, 1977: 76) –. Do primeiro elogia a sua catequese dos<br />

índios de São Paulo (“foi o pai do Brasil que amañecía”), cidade que qualifica como “seu<br />

millor monumento”, e diz que, se Anchieta ainda não está nos altares, é “por culpa dos<br />

santos que hai en Roma,/ que fan santos, por pracer, aos que lle pracen”. Qualifica o<br />

segundo jesuíta como sertanista – “precursor dos bandeirantes” – e cria para ele a seguinte<br />

imagem: “¡Alma que fixo dos indíxenas cristianciños,/ polas que foi grande o pequeniño<br />

Portugal!”. Em contraposição aos jesuítas, aparece a figura de José de Carvalho e Melo –<br />

“home xuizoso e vengativo” com “persoalidade de estadista” –, convertido em matéria<br />

poética no soneto O Conde de Oeiras e Marqués de Pombal (García, 1977: 74), no qual se<br />

assinala que ele, antes da viradeira, “botóu para fora aos inacianos cregos,/ e deitóu polo<br />

chan seus outos sonos”.<br />

García Rodríguez dedica três poemas às revoltas independentistas brasileiras. Tratase<br />

das composições Hino a Tiradentes, Inconfidentes na Bahía e do soneto O grito perto do<br />

riacho Ipiranga. No Hino a Tiradentes (García, 1977: 13-17), em 22 quadras, o autor<br />

verseja a biografia desse insurgente mineiro, glorifica o seu sacrifício pela libertação do<br />

879

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!