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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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menciona as primeiras edições do romance no Brasil – a primeira delas, como folhetim, em<br />

1898, saída das oficinas do Jornal do Brasil –. Detém-se, sobretudo, na afeição de Rui<br />

Barbosa por esse romance, de onde retirou elementos em que apoiar as suas argumentações<br />

desenvolvidas em artigos políticos e jurídicos 405 . Também são mencionados, e<br />

reproduzidos, fragmentos de textos de Machado de Assis, Olavo Bilac, Artur Orlando,<br />

Artur Azevedo, Felinto de Almeida, Augusto de Lima, Francisco Campos, Peregrino<br />

Junior, Santiago Dantas, Oswaldo Orico, Josué Montelo, Carlos Burlamaqui Kopte, Nelson<br />

Omegna, Monteiro Lobato, Tristão de Ataíde e Luis da Câmara Cascudo, de quem<br />

menciona o trabalho Com Dom Quixote no folclore do Brasil “trabalho no qual viaja-se<br />

através de usos e costumes brasileiros, talqualmente vivera na sua jornada valente na<br />

Espanha velha o destemido cavaleiro” (Pinto do Carmo, 1959: 128).<br />

No que ele denomina a produção poética da “fase moderna” [séc. XX], Pinto do<br />

Carmo destaca o “toque andaluz” na poesia de Darci Damasceno, o encantamento com a<br />

paisagem da Espanha e com a mulher espanhola em poemas de Murilo Mendes e a<br />

presença de Dom Quixote como motivo de ressonâncias semânticas na poesia de Oliveira e<br />

Silva 406 ; citando Eduardo Portela, salienta “certa ibericidade” na obra de João Cabral de<br />

Melo Neto e Geir Campos 407 .<br />

vida./ Soldado e trovador, era impossível/ Que Cervantes manchasse um valeroso/ Em vil caricatura, e desse à<br />

turba,/ Como presa de escárnio e de vergonha,/ Esse homem que à virtude, amor e cantos/ Abria o coração!”).<br />

405 Rui Barbosa é qualificado por Pinto do Carmo (1960: 115) como quem, no Brasil, até o momento de<br />

publicação do seu texto “mais leu, estudou e anotou a mencionada obra”. E justifica essa qualificação na<br />

profusão de marcações, anotações e comentários contidos em três das cinco edições do Quixote que Rui<br />

Barbosa deixou na sua biblioteca. As páginas que Pinto do Carmo dedica a Rui Barbosa como leitores do<br />

Quixote e dos entremeses cervantinos (Pinto do Carmo, 1960: 113-119) já as publicara, em plaqueta com<br />

ilustrações, em 1949, com o título Rui Barbosa e o Dom Quixote (Pinto do Carmo, 1949).<br />

406 Pinto do Carmo (1960: 49) cita os poemas Procissão de enterro, Epílogo no parque de Maria Luisa e<br />

Matinal, contidos no livro Poesias escolhidas [1917], como exemplos do “toque andaluz” dado por Darci<br />

Damasceno à sua poesia. De Murilo Mendes cita, e transcreve, os poemas Manola e Córdova, publicados em<br />

1951, no n. 25 (ano II) da revista Santiago. Os versos transcritos de Murilo Mendes são estes; (poema<br />

Manola: “Madrilena castigada,/ Começas a vida à noite./ Ouvindo o vento vermelho/ Na sua charla sem fim,/<br />

Estenografas a aurora/ No terraço dos cafés,/ Torres do peito apontadas/ Ao duro sol de Madrid./ Tua<br />

conversa é de sal/ Com retalhos de açucenas./ Teus olhos são pés dançando/ A impaciência de Espanha. Tua<br />

cabeleira: raivosa./ EL DUEN<strong>DE</strong> vai no teu sangue,/ Na tua demarcha e voz,/ Vai na planta dos teus pés,/ Nas<br />

tuas pausas de silêncio./ Silêncio espanhol rebelde./ Oculto no gume afiado/ Madrilena castigada./ Madrilena<br />

pelo berço/ E o vário calor humano: Um estilo de contactos”; poema Córdova: “Estrutura sóbria, tersa,/ Toda<br />

nervo e osso, contida/ Em labirintos de cal/ E em pátios de vida secreta./ Córdova áspera e clássica/<br />

Alimentada de África./ Como não te entregas súbito,/ Quem te aproxima terá sempre fome/ E não dirá:<br />

Córdova de meus amores./ Um nome seco e esdrúxulo te designa,/ Sol desdenhoso, Córdova concreta”). Do<br />

jurista Oliveira e Silva, Pinto do Carmo (1960: 50-51) menciona o poema Canção para a Espanha, em que<br />

estão justapostos muitos motivos referidos a Espanha. Esse poema fora publicado no diário carioca Correio<br />

da Manhã aos 20 de setembro de 1958. Um ano depois Oliveira e Silva publicou, pela editora Aurora, D.<br />

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