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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Em 1999 publicou-se uma outra visão global da presença espanhola do Brasil.<br />

Trata-se do capítulo intitulado O Brasil como País de Destino para os Migrantes Espanhóis,<br />

da autoria de Elda Evangelina González Martínez, integrando o livro Fazer América,<br />

organizado por Boris Fausto (2000) 242 . A autora insiste em que, naquele momento, o<br />

fenômeno da imigração espanhola ao Brasil ainda não fora muito estudado. Ela destaca que<br />

Ainda que a marca deixada pelos imigrantes espanhóis no Brasil não seja tão evidente como a que<br />

deixaram outros grupos migratórios, pode-se dizer que de maneira efetiva sua atuação econômica e<br />

sociocultural permeou o conjunto da sociedade brasileira. Portanto, contribuiu em grande medida<br />

para a construção do Brasil moderno (González, 2000: 271).<br />

A alusão de González Martínez às dificuldades para se detectar alguma marca, de<br />

qualquer tipo, que indique a influência espanhola em algum âmbito dos campos sociais<br />

brasileiros, em vez de ser questionada, consolidou-se como lugar-comum nas recentes<br />

apresentações sumárias acerca das contribuições ao Brasil dos trabalhadores estrangeiros<br />

que vão além da força de trabalho por eles entrege. Em 2006, Levi Araújo, na obra didática<br />

Os Antonios – A história da imigração no Estado de São Paulo, indicou o modo e as<br />

conseqüências da imigração de italianos, portugueses, espanhóis, alemães e japoneses. Ao<br />

se referir aos imigrantes espanhóis, Levi Araújo coincide com González Martínez<br />

redundando na apreciação da estranha invisibilidade dos, calcula ele, 120 mil espanhóis<br />

que, entre o final do séc. XIX e meados do séc. XX se assentaram no estado. Diz ele:<br />

As marcas de contribuição desse povo são um mistério para os historiadores e várias são as hipóteses<br />

que justificam a difícil identificação da contribuição da cultura espanhola ao povo brasileiro, mas não<br />

resta dúvida que ela existe. Uma das orientações para o entendimento desse “apagamento” da<br />

contribuição da cultura espanhola pode ser constatada através da seguinte afirmação a respeito da<br />

atuação dos espanhóis “... tendo eles desempenhado atividades que não os afastavam do convívio<br />

com os brasileiros, a sua assimilação foi mais rápida. Eles não se identificavam como grupo. Suas<br />

contribuições foram individuais, no sentido de preservar e difundir sua própria cultura” (Araújo,<br />

2006: 68).<br />

nossas comidas típicas, como batata guisada com carne e, para as crianças, batata frita”. Como refeições<br />

típicas dos imigrantes galegos para os dias especiais a informante menciona o puchero, a paella, o polvo, o<br />

bacalhau com batatas e, de sobremesa, o roscom.<br />

242 Em 2000, o Memorial do Imigrante/ Museu da Imigração do Governo do Estado de São Paulo lançou a<br />

segunda edição do opúsculo Imigração Espanhola no Estado de São Paulo, com dados retirados, sobretudo,<br />

do trabalho de Avelina Martinez Gallego, Espanhóis (Gallego, 1995). Esse opúsculo apresenta, brevemente,<br />

uma caracterização geral da imigração espanhola paulista, destacando a circunstância da partida, a demografia<br />

dessa imigração, a participação na lavoura de café, a presença espanhola na cidade portuária de Santos, as<br />

associações, a imprensa imigrante e a presença desses imigrantes na arte e na cultura no contexto brasileiro.<br />

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