26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

transmite são Franco, Queipo de Llano e Mola. Do primeiro, escolheu um depoimento em<br />

que ele menciona que o plano de insurreição estava muito bem concebido e se estava<br />

desenvolvendo conforme o previsto, apesar da reação popular em algumas províncias, a<br />

qual, constituía por si, a melhor revelação da “intensidade da propaganda comunista” e a<br />

comprovação de “quanto era preciso agir [...] rapidamente e de modo enérgico” (Soares<br />

d’Azevedo, 1936: 163). Logo, traduz e transcreve, ou parafraseia, a exposição de<br />

“ajudantes de ordens de Franco” sobre a “técnica do golpe de Estado” aplicada em Ceuta,<br />

onde “não foi disparado um só tiro. A cidade continuava dormindo... E foi proclamado o<br />

estado de guerra, substituídos imediatamente os funcionários comunistas. Às nove horas da<br />

manhã, a vida da cidade retomava seu curso normal” (Soares d”Azevedo, 1936: 164). Por<br />

sua vez, Queipo de Llano, segundo Soares, teria declarado, exemplificando o seu parecer<br />

com numerosos episódios, que a barbárie criada pelo terror e as massacres inerentes às<br />

atuações das milícias na guerra na Espanha serviam para que o mundo percebesse quanto<br />

era preciso agir com urgência para acabar com a projeção do internacionalismo e do<br />

marxismo. Mola teria explicado a algum jornalista estrangeiro que o único intuito da sua<br />

rebelião seria a vitória, esmagadora e definitiva, sobre os inimigos da Espanha, sem se<br />

poder cogitar a possibilidade de uma negociação que levasse a um armistício e a um acordo<br />

para a paz. Ele é contundente na exposição da atitude que tomarão com os defensores da II<br />

República: “Depois, se o povo assim o quiser, teremos piedade daqueles que se houverem<br />

enganado, mas, daqueles que provocaram conscientemente esta guerra infame e cruel,<br />

jamais, jamais. Antes da justiça da história, a nossa, a dos patriotas, deve ser imediata”<br />

(Soares d’Azevedo, 1936: 167).<br />

A respeito da ferocidade e crueldade dos rebeldes, Soares insiste em que ela não é<br />

menor à dos milicianos, de tal forma que a guerra se transformara em uma campanha atroz<br />

de extermínio entre os bandos que fazia com que o respeito pela civilização e pela<br />

dignidade humana tivesse deixado de existir. Essa sanha era, além do mais, na sua opinião,<br />

fomentada do exterior, pelos interesses estratégicos das potências européias e pela ânsia de<br />

lucro na venda de armas das indústrias de Inglaterra, França, Suíça e Alemanha.<br />

No capítulo 15, Na encruzilhada, Soares visa a apresentação de uma síntese a<br />

respeito da situação política na Europa, tanto no interior dos principais países quanto em<br />

relação à criação de blocos de aliados. Ele vislumbra uma guerra européia. Acredita que,<br />

539

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!