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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Sobre a ação do “Santa Maria”, em galego ou em português, há versões diversas: adversas e<br />

perversas umas, outras não.<br />

Todos quantos têm falado ou escrito sobre este fato, têm deformado a seu modo a realidade. A<br />

aventura mais grave do que se faz é o que dele se diz.<br />

[...] O importante é estar a par do que o D.R.I.L. faz, seja o que for o que dele se diga.<br />

Os caminhos do D.R.I.L. não são de “andar e ver”, como nos velhos contos; são de andar e fazer.<br />

Fazer caminho, ainda que não se possa, para que se possa ver.<br />

No D.R.I.L., quando não há vento se voga. Vogar de todos os seus homens, comandos da<br />

“LIBERDA<strong>DE</strong> E JUSTIÇA OU MORTE”, desde que lhes nasceu a vontade de ser movimento. Por<br />

isso, o D.R.I.L., que poderá perder o vento, nunca perderá o rumo. A trama do pano de suas velas<br />

vibra com a pulsação de sua juventude sem limites e sem prejuízos. O D.R.I.L. não é uma<br />

organização tenebrosa, nem terrorista, porém não se intimida nem visa a intimidar a ninguém mais<br />

que não sejam os tiranos e seus aparelhos repressivos. Nasce para a liberdade de todos os povos<br />

ibéricos. Para a autêntica liberdade. O D.R.I.L. não é rebelde; é simples e profundamente<br />

revolucionário. Amável, porém radicalmente revolucionário.<br />

[...] A atividade do D.R.I.L. é ainda insurrecional. Não é conveniente dizer coisas antes de seu<br />

tempo. Só diremos que o D.R.I.L. realizou sua terceira operação, que alerta, adverte, insinua, ordena<br />

a todos os homens da Ibéria, que os tiranos e a matilha que os sustenta não cairão se não os<br />

derrubarmos, e não os derrubaremos se não usarmos a linguagem, a única linguagem, que pode<br />

entender um tirano: a violência que as circunstâncias nos obrigam a usar (Muñoz, 1961: 11-12).<br />

As discordâncias que houve entre Pepe Velo e o capitão Henrique Galvão durante o<br />

desenvolvimento da operação Compostela (ou Dulcinea) aumentaram durante o exílio no<br />

Brasil o qual, unido à falta de apoios internos e externos, acabou conduzindo à dissolução<br />

do DRIL. As causas do esmorecimento e dissolução do DRIL não estiveram relacionadas<br />

com o estatuto de exilados que passaram a ter os comandos do Santa Maria ao<br />

desembarcarem no Brasil. De fato, nas primeiras semanas de estadia do Brasil os comandos<br />

foram homenageados pelas autoridades. No Recife, para os 24 revolucionários, na<br />

qualidade de refugiados políticos, acondicionara-se um quartel da Polícia Militar como<br />

hospedagem, no qual puderam celebrar reuniões e realizar treinamentos. Nessa capital foilhes<br />

inclusive oferecida uma recepção formal pela Assembléia Legislativa de Pernambuco e<br />

consentiu-se que fosse tentada a estruturação de uma Comissão Nacional de Hospitalidade<br />

aos asilados do Santa Maria e que o DRIL iniciasse a organização de um gabinete de<br />

imprensa. Velo teve plena liberdade para conceder entrevistas e para emitir comunicados.<br />

tigre (vagô), ambientado na África. Nessa narrativa defende-se a força de vontade como principal meio para<br />

poder superar todas as adversidades.<br />

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