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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Pelo que se lê nas suas crônicas, em Salvador, ao igual que no Rio, Casais não topa<br />

com imigrantes 441 . O mais provável é que, em Salvador, tenha topado com não poucos<br />

imigrantes galegos, porém, no seu livro destinado a turistas e a leitores de relatos para<br />

turistas, decidiu não mencionar encontros com patrícios seus na condição de trabalhadores<br />

estrangeiros. Casais menciona um passeio que ele fez ao redor do forte de Santo Antônio da<br />

Barra e do seu farol, de onde teve que ver o chalé em que funcionava o hospital da Real<br />

Sociedade Espanhola de Beneficência, mas a esse hospital ele não se refere. Ele comenta<br />

que freqüentou não poucos cafés, salões de chá, confeitarias, botecos e restaurantes, pelo<br />

que seria impossível que, em 1937, não encontrasse à frente desses estabelecimentos, ou<br />

neles servindo, imigrantes galegos. Todavia, não encontramos a menor alusão a eles. Diz<br />

Casais (1940: 57): “Además de confiterías lujosas y de salones de té, prodíganse los bars de<br />

todas las categorías y los aguaduchos y puestos de frutas donde, por pocos céntimos, se<br />

satisface la sed con bebidas sanas y agradables al paladar”. A única alusão a um espanhol<br />

de Salvador que faz Casais vem à colação das indicações dos milagres do Senhor de<br />

Bonfim que lhe faz um coroinha da basílica desse cristo, quem se referira a uma “muchacha<br />

española curada de grave hemoptisis” (Casais, 1940: 65).<br />

A narração de Casais sobre as suas experiências em Salvador diferencia-se da<br />

relativa ao Rio no aumento da exposição de reflexões. Ele ambienta bastantes na capital da<br />

Bahia. Na parte do livro dedicada à cidade do Rio, Casais, sobretudo, descreveu o que<br />

percorrera e visitora, e lavrou a sua opinião ao respeito. Os parágrafos dedicados às<br />

vivências do seu dia-a-dia de turista são menos se comparados aos dedicados a essas<br />

vivências em Salvador. Nesta cidade, embora o autor se refira à exploração e ao comércio<br />

do petróleo, do tabaco e do cacau como atividades fundamentais da economia baiana,<br />

havendo visitado a Bolsa de Mercadorias e os Institutos do tabaco e do café, o autor detémse<br />

demoradamente no pitoresco e diferencial e, perante isso, ele não se satisfaz com a sua<br />

visão senão que sobre isso aprofunda. Assim, por um lado, aprecia e valoriza, em<br />

decorrência da sua participação, da beleza, música e colorido de procissões, de “fiestas<br />

africanas” e de “danzas preciosas”. No seu parecer, explana a origem e as feições do<br />

441 Não podemos contemplar que o assunto migratório carecesse de interesse para José Casais Santaló. O<br />

livro, acima mencionado, que Antenor Nascentes cita no perfil biobibliográfico de Casais, intitulado<br />

Emigración española y particularmente gallega a Ultramar: estudios, asistencia, protección, fundamento,<br />

medios de asistencia de que disponen los emigrantes en América, trazos de un programa de tutela eficaz,<br />

publicado em Madri em 1915, é uma prova da dedicação do autor a esse tema.<br />

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