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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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nichos laborais 203 . Isso se corresponde com os motivos que fizeram com que centenas de<br />

espanhóis se deslocassem até Belo Horizonte. Esses motivos estão sempre relacionados<br />

com o desempenho de profissões demandadas no início da construção de cidade. Nesse<br />

sentido, Bahillo dedica um capítulo a cada um dos seguintes âmbitos profissionais:<br />

“Hotelaria e similares (cabarés, salas de festa, restaurantes e lanchonetes ou bares”,<br />

“Indústria e comércio”, “Outros negócios” e “Educação, Cultura e Arte”. No capítulo<br />

dedicado a “Hotelaria e similares”, Bahillo salienta que, apesar da presença espanhola na<br />

restauração, nos cardápios dos locais nota-se a falta da gastronomia espanhola:<br />

O que, realmente, hoje, nos falta, na maior parte de restaurantes e lanchonetes, é uma dedicação mais<br />

forte pela divulgação da comida típica espanhola, tão rica e tão saborosa, assim como variada. Não<br />

são muitos os pratos típicos espanhóis que a freguesia pode degustar. Nisto, tanto o ALBAMAR,<br />

como a chamada Casa da Tortilha, e o mesmo Petisqueira do Primo, deram admirável exemplo de<br />

espanholismo (Bahillo, 1998: 40).<br />

No capítulo “Indústria e comércio”, Bahillo repassa a participação espanhola nesse<br />

setor apresentando a variada trajetória profissional de duas famílias de empresários galegos,<br />

os Cabaleiro e os Ballesteros 204 . Em “Outros negócios” é feito um percorrido pelos variados<br />

segmentos laborais aos que se incorporaram ou, inclusive, que criaram os imigrantes<br />

espanhóis. Assim, mencionam-se as rodas de amolar dos galegos, a indústria química, a<br />

assistência técnica de máquinas de escrever, gráficas e editoras, a venda de automóveis, o<br />

setor dos transportes, postos de gasolina e venda de lubrificantes, açougues e peixarias, as<br />

charutarias, salões de beleza e casas de alta costura. Nesse capítulo, o autor também<br />

escolheu algumas famílias de imigrantes que ele considerou paradigmas de sucesso<br />

alcançado pelo esforço e a dedicação. No capítulo “Educação, Cultura e Arte”, por um lado<br />

comenta-se a história do Instituto Mineiro de Cultura Hispânica e do Centro Cultural<br />

Brasil-Espanha. Por outro, traça-se a participação de espanhóis em instituições de ensino<br />

203 A única razão pela que milhares de imigrantes europeus se deslocaram até Belo Horizonte [a, então,<br />

Cidade de Minas] a meados da década de 1890 foi a procura de emprego. No início da construção da Nova<br />

Capital o apelo à imigração foi a conseqüência da deficiência de operários para o preparo de ruas, praças,<br />

avenidas, canais e pontes. Essa convocação e a instalação dos imigrantes no canteiro de obras belohorizontino<br />

foi tratado pelo primeiro historiador da urbanização da Nova Capital, Abilio Barreto (1936: 395-<br />

97). A participação dos imigrantes na articulação e no desenvolvimento dos movimentos operários belohorizontinos<br />

foi objeto de estudo de Michel Marie Le Vem, no capítulo Belo Horizonte: trabalho e sindicato,<br />

cidade e cidadania (1897-1990) (Neves, 1996: 75-106). No entanto, nesse capítulo só são mencionados,<br />

dentre os estrangeiros, os trabalhadores italianos, portugueses e belgas.<br />

204 A família Ballesteros foi biografada na obra História da Imigração no Brasil – As famílias (Silva, 1986:<br />

149-50).<br />

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