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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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dimensão quantitativa exata da presença galega no Brasil é conseqüência da dispersão e da<br />

fragmentação das copiosas fontes sobre essa imigração. Trata-se, pois, de uma existência<br />

óbvia e abundante, mas difícil de quantificar.<br />

A invisibilidade da cultura galega no Brasil<br />

Nas investigações sobre a imigração espanhola no Brasil publicadas frisa-se a<br />

dificuldade havida para a estruturação do campo de pesquisa, devido à escassez e à<br />

dispersão dos dados, e a aparente rápida dissolução da idiossincrasia dos imigrantes na<br />

identidade brasileira.<br />

O historiador Raúl Soutelo, quem utilizou, como fontes de informação, documentos<br />

pessoais – correspondência, fotografias familiares – e depoimentos dos imigrantes, disse<br />

que as lacunas historiográficas existentes sobre o tema eram dificilmente justificáveis.<br />

Contudo, ele ressaltou o seguinte:<br />

a non ser pola falta dunha cristalización nacionalista da acción colectiva dos emigrados – en termos<br />

semellantes ás podentes asociacións étnicas dos galegos emigrados en Bos Aires ou a Habana que<br />

foron refuxio de republicanos e gardiáns do “lume sacro” da Galeguidade durante os peores anos da<br />

dictadura franquista – , que desincentivaría ós nosos investigadores para aborda-lo tema. Os estudios<br />

migratorios realizados dende Brasil (Martínez Gallego, 1995; Klein, 1996; Antunes Marciel e<br />

Antonacci, 1997) veñen demostrando, nembargantes, que é falsa a explicación simplista dunha<br />

rápida asimilación da comunidade española – e especialmente da galega – en Brasil que se traduciría<br />

na súa incapacidade para crear e soste-las asociacións ás que antes aludíamos (Soutelo, 1998: 100).<br />

Embora não seja possível concordar com a exposição de Soutelo na sua citação de<br />

Klein 154 , é claro que os galegos que se assimilaram na nacionalidade brasileira não o<br />

espanhóis possuidores de visto de residência quanto dos descendentes de espanhóis que mantêm a<br />

nacionalidade espanhola – depende da vontade de se identificar do residente. Assim, a atualização dos dados<br />

do residente fica submetida ao seu arbítrio, pois o censo não é renovado pelas autoridades consulares com<br />

uma periodicidade definida. Igualmente, a baixa do espanhol retornado ou falecido só constará se essa<br />

informação for comunicada por parte dos particulares interessados. Segundo os dados do Gabinete do censo<br />

eleitoral espanhol para os comícios de 25 de maio 2003, o número de galegos residentes no Brasil com direito<br />

a voto era de 20.417. Essa quantia colocava o Brasil no quinto posto entre os Estados estrangeiros em que<br />

residiam galegos, logo da Argentina (85.995), da Suíça (34.628), da Venezuela (29.517) e do Uruguai<br />

(24.720).<br />

154 Soutelo cita Klein pela edição espanhola. Klein, ao contrário do que interpreta Soutelo, expõe com nitidez<br />

que os espanhóis se integraram rapidamente no meio social brasileiro. Assevera Klein (1994, 91-93): “Ao se<br />

examinar a integração, a mobilidade e o padrão de vida que os imigrantes espanhóis alcançaram no Brasil,<br />

impressiona a integração invulgarmente rápida deles à sociedade mais ampla. [...] Eles se concentraram na<br />

agricultura, mas não se saíram tão bem quanto italianos e japoneses. Embora constituíssem um elemento<br />

importante nas cidades, seus índices de propriedade no comércio e na indústria foram bem baixos para os<br />

padrões dos imigrantes europeus. Com poucas escolas especiais e nenhum bairro urbano ou mesmo rural,<br />

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