26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Divinópolis-MG, onde fora passar uns dias de férias, convidado por uns patrícios<br />

proprietários de fazenda, decide se mudar à capital mineira, cidade em que, com as<br />

economias que reunira em Salvador, abriu primeiramente um bar, dedicando-se, depois, à<br />

construção. Isaias antes de trocar Salvador por Belo Horizonte, conversa com um amigo<br />

seu – Lamoso –, também galego e imigrante em Salvador; nessa conversa justifica a sua<br />

ida, compara ambas as cidades e as colônias de galegos nelas residentes (Diz, 2000: 88).<br />

Quando Isaias chega a Belo Horizonte, hospeda-se na Pensão Floresta, propriedade<br />

de galegos, na qual estavam alojados outros patrícios (Diz, 2000: 113). Assim, ele pôde<br />

conhecer, nada mais se instalar, o modo de vida dos galegos belo-horizontinos. Isso lhe<br />

permitiu se informar sobre os âmbitos profissionais em que os galegos destacavam – o<br />

comércio, os serviços (hotéis, bares e restaurantes) e a construção – (Diz, 2000: 115). No<br />

seu relato, Isaias menciona o orgulho que sentiam os imigrantes galegos por se saberem<br />

partícipes da urbanização da nova capital mineira e refere-se à ida de bastantes galegos ao<br />

oeste do estado para trabalharem na finalização da Estrada de Ferro do Triângulo Mineiro<br />

(Diz, 2000: 136). O final da obra é ocupado pela conversa mantida entre Isaias e o seu<br />

amigo Pablo. Ela acontece durante o segundo retorno temporário que o protagonista faz à<br />

sua aldeia galega. Eis o fragmento no qual o vizinho Pablo, não-emigrante, questiona Isaias<br />

sobre os motivos da sua nova partida:<br />

Al comentar su vuelta a Brasil con uno de sus nuevos amigos, el Pablo, le preguntó:<br />

– Isaías, ¿por qué tú te marchas luego ahora que has comenzado a crear raíces en esta región gallega?<br />

¡Esta tierra también es tuya!<br />

– Mira, Pablo, estas raíces que tú estás imaginando, tienen dificultad de penetrar en la tierra un poco<br />

árida, sin cuidar, y cuando consiguen esparcirse, se desarrollan en la superficie, son poco penetrantes<br />

y la planta luego pierde su vitalidad. Es una pena, pero es la pura realidad, mi caro amigo.<br />

– Se percibe que el Brasil está impregnado dentro de ti. Mira Isaías, yo entiendo todo eso, es lógico<br />

que quieras volver lo más pronto posible para junto de aquellos con los que en realidad tú convives<br />

de manera más afectiva.<br />

– Mi amigo Pablo, todo lo que tú dices es verdad, pero eso no significa que deje de gustar de la tierra<br />

donde nací. Sería mucha ingratitud de mi parte. ¿Tú no lo crees? Pero en Brasil, busqué<br />

oportunidades y él me dio las posibilidades de concretizarlas, es claro, que con mucho sacrificio y<br />

muchas lágrimas escurriendo por mi rostro en determinados momentos de mi vida. Sin embargo,<br />

hoy, como las distancias geográficas son consideradas insignificantes dadas ciertas comodidades de<br />

nuestra época, podemos ir y volver con más frecuencia. Yo, cuando menos, veo en mi mente el<br />

Brasil, luego allí, del otro lado del Atlántico (Diz, 2000: 144-45).<br />

140

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!