26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O jornalista anônimo comenta que na inauguração estiveram presentes autoridades<br />

consulares hispano-americanas e de Portugal, membros da imprensa, representantes civis<br />

do poder público, autoridades militares e delegados de sociedades amigas. Diz-se que fizera<br />

uso da palavra o presidente da agremiação, Delfín Blanco de Dios, quem concitou “todos os<br />

seus compatriotas a trabalharem pela organização da colônia para assim elevarem sempre o<br />

nome da Hespanha”, havendo ele salientando “em termos claros e concisos” que o centro<br />

“apesar de ter nome regional, tem como fim principal o escopo espanholista e não regional,<br />

como pode ser interpretado, apelando para todos os espanhóis de todas as regiões, o apoio<br />

incondicional à sociedade de acordo com o espírito dos estatutos sociais”.<br />

Após o presidente da sociedade, discursou o Dr. Enzo Silveira, referindo-se,<br />

primeiro, ao passado da Galiza e da Espanha “desde os tempos primitivos da sua gloriosa<br />

história, quando ainda se achava a península ibérica sob o domínio dos primeiros reis<br />

Godos” e, logo, à contribuição espanhola, desde a época quinhentista, à formação do<br />

Brasil 298 . A continuação falou, “num feliz improviso”, Eduardo Fernández y González,<br />

diretor da revista Intercambio Hispano-brasileño e diretor da Câmara Official Hespanhola<br />

em São Paulo, quem “enalteceu a obra dos galegos em todas as partes do mundo, lançando<br />

uma exortação a todos os espanhóis para que apóiem o centro, contribuindo assim para o<br />

seu engrandecimento”.<br />

As últimas falas foram a de Valentin Montero, em nome da colônia de Santos, quem<br />

fez uma apologia do apóstolo Santiago, “o padroeiro de Hespanha”, e a do cônsul geral da<br />

Espanha, quem “fez uma elegia de todas as regiões da Hespanha, cujas características<br />

muito têm contribuído pelo nome e grandeza do país”. Às autoridades presentes foi-lhes<br />

oferecida uma taça de sidra na biblioteca do centro, onde discursaram o Dr. Leopoldo de<br />

Freitas, Vicente Moreno, da Câmara Oficial Espanhola, o Sr. Osores, vice-cônsul em<br />

Santos, e o Prof. Dr. Spencer Vampré. A solenidade foi encerrada com música dançante, da<br />

298 O intelectual Enzo Silveira, historiador, geógrafo, filólogo, numismático e genealogista, publicou em 1954,<br />

dentro das celebrações do IV Centenário da Fundação de São Paulo e através do Departamento Cultural do<br />

Centro Gaúcho, o livro Paulistíadas, em que aborda, da exaltação, biografias de colonizadores, descobertas,<br />

gestas ou empreendimentos que ele considera de relevância simbólica ou de grande importância material para<br />

o desenvolvimento do território paulista. No último capítulo, São Paulo no seu IV Centenário, o autor louva<br />

os grupos sociais que ele classifica como medulares na história de São Paulo. Nomeia muitos deles –<br />

intelectuais, políticos, cientistas, profissionais liberais, militares, clérigos –, mas não faz nenhuma alusão aos<br />

imigrantes. De fato, só se refere sumariamente aos operários, camponeses e marinheiros em uma cláusula:<br />

“São Paulo dos trabalhadores que nos campos, nas fábricas, nas oficinas e no mar lapidam a sua grandeza!”<br />

(Silveira, 1954: 45).<br />

411

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!