14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Congresso Nacional e promulgados e publicados pelo Presi<strong>de</strong>nte da República,<br />

apesar <strong>de</strong> ingressarem no or<strong>de</strong>namento jurídico constitucional (CF, art. 5 o , §<br />

2 o ), não minimizam o conceito <strong>de</strong> soberania do Estado-povo na elaboração <strong>de</strong><br />

sua constituição, <strong>de</strong>vendo, pois, sempre ser interpretados com as limitações<br />

impostas constitucionalmente. Como anotam Canotilho e Moreira, analisando o<br />

art. 8 o da Constituição da República Portuguesa que traz regra semelhante, “as<br />

normas <strong>de</strong> direito internacional público vigoram na or<strong>de</strong>m interna com a mesma<br />

relevância das normas <strong>de</strong> direito interno, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo quanto à subordinação à<br />

Constituição – sendo, pois, inconstitucionais se infringirem as normas da<br />

constituição ou os seus princípios”. 1<br />

Conclui-se, portanto, pela supremacia das normas constitucionais em<br />

relação aos tratados e atos internacionais, mesmo que <strong>de</strong>vidamente ratificados<br />

pelo Congresso Nacional (CF, art. 49, I) e promulgados e publicados pelo<br />

Presi<strong>de</strong>nte da República (CF, art. 84, VIII), 2 e, consequentemente, plena<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incidência do controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>.<br />

Po<strong>de</strong>mos, portanto apontar algumas características relacionadas ao controle<br />

<strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> dos atos ou tratados internacionais <strong>de</strong>vidamente<br />

incorporados no or<strong>de</strong>namento jurídico nacional:<br />

• os tratados e convenções internacionais ao serem incorporados<br />

formalmente ao or<strong>de</strong>namento jurídico nacional qualificam-se como<br />

atos normativos infraconstitucionais. 3 Ocorrendo a incorporação dos<br />

atos e tratados internacionais pelo direito interno, essas normas<br />

situam-se no mesmo plano <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> e eficácia das normas<br />

ordinárias; 1<br />

• não existe hierarquia entre as normas ordinárias <strong>de</strong> direito interno e<br />

as <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> atos ou tratados internacionais. A ocorrência <strong>de</strong><br />

eventual conflito entre essas normas será resolvida ou pela aplicação<br />

do critério cronológico, <strong>de</strong>vendo a norma posterior revogar a anterior,<br />

ou pelo princípio da especialida<strong>de</strong>; 2<br />

• esses atos normativos são passíveis <strong>de</strong> controle difuso e concentrado<br />

<strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>, pois apesar <strong>de</strong> originários <strong>de</strong> instrumento

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!