14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Panamá, México, Colômbia, Guatemala, Bolívia, Venezuela, Peru e<br />

Equador. 3<br />

O Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral admite a prospeção dos efeitos como<br />

verda<strong>de</strong>iro “apelo ao legislador”, que <strong>de</strong>verá, em prazo fixado pela Corte, editar<br />

nova norma, que revogará aquela <strong>de</strong>clarada inconstitucional, mas cuja vigência<br />

foi mantida pela modulação dos efeitos <strong>de</strong>terminada por 2/3 dos Ministros do<br />

Tribunal (“inconstitucionalida<strong>de</strong> sem pronúncia <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong>”).<br />

Trata-se <strong>de</strong> opção interpretativa excepcional fundada em razões <strong>de</strong><br />

segurança jurídica e interesse social, cuja finalida<strong>de</strong> é evitar a ocorrência <strong>de</strong><br />

maiores danos sociais com a retroativida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />

inconstitucionalida<strong>de</strong>. Conforme ensina o Ministro Gilmar Men<strong>de</strong>s, “razões <strong>de</strong><br />

segurança jurídica po<strong>de</strong>m obstar à revisão do ato praticado com base na lei<br />

<strong>de</strong>clarada inconstitucional. Nessas hipóteses, avalia-se, igualmente, que, tendo<br />

em vista razões <strong>de</strong> segurança jurídica, a supressão da norma po<strong>de</strong>rá ser mais<br />

danosa para o sistema do que a sua preservação temporária. Não há negar,<br />

a<strong>de</strong>mais, que aceita a i<strong>de</strong>ia da situação ‘ainda constitucional’, <strong>de</strong>verá o Tribunal,<br />

se tiver que <strong>de</strong>clarar a inconstitucionalida<strong>de</strong> da norma, em outro momento,<br />

fazê-lo com eficácia restritiva ou limitada”. 4<br />

O Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação direta, vem aplicando<br />

costumeiramente essa modulação, tendo <strong>de</strong>clarado a inconstitucionalida<strong>de</strong> sem<br />

pronúncia <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong> da lei impugnada, com a consequente <strong>de</strong>claração do<br />

Congresso Nacional em mora e fixando prazo <strong>de</strong> manutenção da vigência e<br />

eficácia da lei <strong>de</strong>clarada inconstitucional (efeitos pro futuro), 1 ora <strong>de</strong> 60 dias,<br />

ora <strong>de</strong> 18 ou 24 meses, para que a situação legal pu<strong>de</strong>sse ser regularizada. 2<br />

Conforme ainda salientado pelo Ministro Gilmar Men<strong>de</strong>s, “o que importa<br />

assinalar é que, segundo a interpretação aqui preconizada, o princípio da<br />

nulida<strong>de</strong> somente há <strong>de</strong> ser afastado se se pu<strong>de</strong>r <strong>de</strong>monstrar, com base numa<br />

pon<strong>de</strong>ração concreta, que a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> ortodoxa<br />

envolveria o sacrifício da segurança jurídica ou <strong>de</strong> outro valor constitucional<br />

materializável sob a forma <strong>de</strong> interesse social”, para concluir que “a <strong>de</strong>claração<br />

<strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> e, portanto, da nulida<strong>de</strong> da lei instituidora <strong>de</strong> uma<br />

nova entida<strong>de</strong> fe<strong>de</strong>rativa, o Município, constitui mais um <strong>de</strong>ntre os casos – como

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!