14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

exercício da <strong>de</strong>mocracia representativa, em especial, com a tendência <strong>de</strong><br />

universalização do voto e constante legitimação dos <strong>de</strong>tentores do Po<strong>de</strong>r,<br />

fazendo surgir a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Estado Democrático.<br />

Importante, portanto, ressaltar a importância dada por Canotilho<br />

(“Qualquer que seja o conceito e a justificação do Estado – e existem vários<br />

conceitos e várias justificações – o Estado só se concebe hoje como Estado<br />

constitucional) ao Estado <strong>Constitucional</strong> (Estado com qualida<strong>de</strong>s), que em seu<br />

conceito é “um tecnologia política <strong>de</strong> equilíbrio político-social através da qual se<br />

combateram dois arbítrios ligados a mo<strong>de</strong>los anteriores, a saber: a autocracia<br />

absolutista do po<strong>de</strong>r e os privilégios orgânico-corporativo medievais”. 1<br />

O Estado <strong>Constitucional</strong> configura-se, portanto, como uma das gran<strong>de</strong>s<br />

conquistas da humanida<strong>de</strong>, que, para ser um verda<strong>de</strong>iro Estado <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s no<br />

constitucionalismo mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>ve ser um Estado <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> direito.<br />

Dessa forma, são duas as “gran<strong>de</strong>s qualida<strong>de</strong>s” do Estado <strong>Constitucional</strong>:<br />

Estado <strong>de</strong> direito e Estado <strong>de</strong>mocrático.<br />

O Estado <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> caracteriza-se por apresentar as seguintes premissas: (1)<br />

primazia da lei, (2) sistema hierárquico <strong>de</strong> normas que preserva a segurança<br />

jurídica e que se concretiza na diferente natureza das distintas normas e em seu<br />

correspon<strong>de</strong>nte âmbito <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>; (3) observância obrigatória da legalida<strong>de</strong><br />

pela administração pública; (4) separação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res como garantia da<br />

liberda<strong>de</strong> ou controle <strong>de</strong> possíveis abusos; (5) reconhecimento da personalida<strong>de</strong><br />

jurídica do Estado, que mantém relações jurídicas com os cidadãos; (6)<br />

reconhecimento e garantia dos direitos fundamentais incorporados à or<strong>de</strong>m<br />

constitucional; (7) em alguns casos, a existência <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

constitucionalida<strong>de</strong> das leis como garantia ante o <strong>de</strong>spotismo do Legislativo.<br />

Assim, existirá o Estado <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> on<strong>de</strong> houver a supremacia da legalida<strong>de</strong>,<br />

ou para o direito inglês a The Rule of Law, para o direito francês o État Legal, para<br />

o direito alemão o Rechtsstaat, ou ainda, a always un<strong>de</strong>r law do direito norteamericano.<br />

A interpretação da The Rule of Law, apesar <strong>de</strong> sua evolução e variações<br />

históricas, po<strong>de</strong> ser apontada em suas quatro dimensões: (1) observância do<br />

<strong>de</strong>vido processo legal (Magna Charta <strong>de</strong> 1215); (2) predominância das leis e dos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!