14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elembrada <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>sta Suprema Corte, em período no qual a garantia<br />

em causa somente dizia respeito aos membros do Po<strong>de</strong>r Judiciário, na qual<br />

se assentou, concernentemente ao tema em <strong>de</strong>bate, que ‘O que a<br />

irredutibilida<strong>de</strong> veda é a diminuição, por lei posterior, dos vencimentos<br />

que o juiz, em exercício antes <strong>de</strong> sua vigência, estivesse recebendo’ (RTJ<br />

45/353, 355, Rel. Min. EVANDRO LINS). Esse entendimento – impõe-se<br />

enfatizar – tem sido reiterado em diversos pronunciamentos <strong>de</strong>ssa Corte<br />

Suprema, nos quais, por mais <strong>de</strong> uma vez, já se proclamou que a garantia<br />

constitucional da irredutibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vencimentos proíbe que o estipêndio<br />

funcional seja reduzido ou afetado, por ato do Po<strong>de</strong>r Público, em seu valor<br />

nominal (RTJ 105/671, 675, Rel. Min. SOARES MUÑOZ)”. 3<br />

Não nos esqueçamos da advertência feita por Celso Bastos, <strong>de</strong> que “a<br />

utilização da lei (acrescentaríamos, lei ou espécie normativa) em caráter<br />

retroativo, em muitos casos, repugna porque fere situações jurídicas que já<br />

tinham por consolidadas no tempo, e esta é uma das fontes principais da<br />

segurança do homem na terra”. 1<br />

Relembre-se, como o faz Ivo Dantas, <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>srespeito ao direito<br />

adquirido permi-tirá igual tratamento ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. 2<br />

A lição <strong>de</strong> Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao analisar o art. 29 da EC n o<br />

19/98, e plenamente aplicável ao art. 9 o da EC n o 41/03, pois “a norma fere,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, o preceito constitucional que protege os direitos adquiridos<br />

(art. 5 o , XXXVI); é a vonta<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r constituinte <strong>de</strong>rivado prevalecendo sobre<br />

a vonta<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r constituinte originário. A exigência <strong>de</strong> respeito aos direitos<br />

adquiridos foi incluída na própria Constituição, entre os direitos que o<br />

constituinte originário consi<strong>de</strong>rou fundamentais. Se são fundamentais, é porque<br />

<strong>de</strong>vem ser respeitados pelo legislador, qualquer que seja a natureza da norma<br />

promulgada. Trata-se <strong>de</strong> princípio geral do direito, que diz respeito à segurança<br />

jurídica e que existiria ainda que não previsto no corpo da Constituição”. 3<br />

Saliente-se, ainda, em relação aos órgãos dos Po<strong>de</strong>res Legislativo, Executivo<br />

e Judiciário e da Instituição do Ministério Público, que a previsão <strong>de</strong> garantias e<br />

prerrogativas constitucionais, tais como a tradicional irredutibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!