14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

constitucional”. 2<br />

20<br />

DIREITO ADQUIRIDO, ATO JURÍDICO PERFEITO E COISA JULGADA (ART. 5 o ,<br />

XXXVI)<br />

A Constituição Fe<strong>de</strong>ral afirma que a lei não prejudicará o direito adquirido, o<br />

ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 3<br />

Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecer, porém, que em nosso or<strong>de</strong>namento positivo<br />

inexiste <strong>de</strong>finição constitucional <strong>de</strong> direito adquirido. Na realida<strong>de</strong>, o conceito<br />

<strong>de</strong> direito adquirido ajusta-se à concepção que lhe dá o próprio legislador<br />

ordinário, a quem assiste a prerrogativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir, normativamente, o conteúdo<br />

evi<strong>de</strong>nciador da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> situação jurídica <strong>de</strong>finitivamente consolidada. 4 Em<br />

nível doutrinário, o direito adquirido, segundo Celso Bastos, 5<br />

“constitui-se num dos recursos <strong>de</strong> que se vale a Constituição para limitar a<br />

retroativida<strong>de</strong> da lei. Com efeito, esta está em constante mutação; o Estado<br />

cumpre o seu papel exatamente na medida em que atualiza as suas leis. No<br />

entretanto, a utilização da lei em caráter retroativo, em muitos casos,<br />

repugna porque fere situações jurídicas que já tinham por consolidadas no<br />

tempo, e esta é uma das fontes principais da segurança do homem na<br />

terra”.<br />

O ato jurídico perfeito:<br />

“É aquele que se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos necessários a<br />

sua formação, <strong>de</strong>baixo da lei velha. Isto não quer dizer, por si só, que ele<br />

encerre em seu bojo um direito adquirido. Do que está o seu beneficiário<br />

imunizado é <strong>de</strong> oscilações <strong>de</strong> forma aportadas pela lei nova.”<br />

O princípio constitucional do respeito ao ato jurídico perfeito se aplica às leis<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública, pois,<br />

“em linha <strong>de</strong> princípio, o conteúdo da convenção que as partes julgaram<br />

conveniente, ao contratar, é <strong>de</strong>finitivo. Unilateralmente, não é jurídico

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!