14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

constitucionais a<strong>de</strong>quadas para resguardar direito líquido e certo,<br />

portanto idôneo para o Judiciário reconhecer o direito <strong>de</strong> não quebrar<br />

os sigilos bancário e fiscal, salvo em hipóteses excepcionais; 5<br />

• impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quebra do sigilo bancário por requisição fiscal <strong>de</strong><br />

informações bancárias, havendo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção judicial. 6<br />

O STF enten<strong>de</strong>u, inclusive, que a LC n o 105/01, que dispôs sobre o<br />

sigilo das operações <strong>de</strong> instituições financeiras, não confere po<strong>de</strong>res<br />

ao Tribunal <strong>de</strong> Contas da União para <strong>de</strong>terminar a quebra <strong>de</strong> sigilo<br />

bancário, mesmo dos dados constantes no Banco Central do Brasil; 1 da<br />

mesma forma, não é possível, por <strong>de</strong>srespeito à Constituição Fe<strong>de</strong>ral,<br />

a requisição da Receita Fe<strong>de</strong>ral, diretamente às instituições<br />

financeiras e bancárias <strong>de</strong> informações protegidas pelo sigilo, com<br />

base na citada LC n o 105/01,uma vez que, conforme <strong>de</strong>stacado pelo<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, “a <strong>de</strong>cretação da quebra do sigilo bancário<br />

não po<strong>de</strong>ria converter-se em instrumento <strong>de</strong> indiscriminada e<br />

ordinária <strong>de</strong>vassa da vida financeira das pessoas em geral e que<br />

inexistiria embaraço resultante do controle judicial prévio <strong>de</strong> tais<br />

pedidos”, para concluir que a garantia constitucional do sigilo<br />

bancário “seria o <strong>de</strong> resguardar o cidadão <strong>de</strong> atos extravagantes que<br />

pu<strong>de</strong>ssem, <strong>de</strong> alguma forma, alcançá-lo na dignida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> modo que o<br />

afastamento do sigilo apenas seria permitido mediante ato <strong>de</strong> órgão<br />

equidistante (Estado-juiz)”. 2<br />

• a quebra do sigilo bancário, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que presentes os requisitos já<br />

estudados, não afronta o art. 5 o , incisos X e XII, da Constituição<br />

Fe<strong>de</strong>ral; 3<br />

• o princípio do contraditório não prevalece na fase inquisitorial,<br />

permitindo-se a quebra do sigilo sem oitiva do investigado; 4<br />

• o próprio Código Tributário Nacional, ao estabelecer o sigilo, não o<br />

faz <strong>de</strong> forma absoluta. Dessa forma, não há qualquer ofensa à<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral, nem ao art. 229 do atual Código Civil, antigo<br />

art. 144 do Código <strong>de</strong> 1916, na quebra <strong>de</strong>sta inviolabilida<strong>de</strong> por<br />

<strong>de</strong>cisões judiciais; 5

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!