14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elatada pelo Ministro Celso <strong>de</strong> Mello, por maioria <strong>de</strong> votos julgou proce<strong>de</strong>nte a<br />

ação, <strong>de</strong>clarando a inconstitucionalida<strong>de</strong> do art. 49, §§ 5 o e 6 o , da Constituição<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo, enten<strong>de</strong>ndo que:<br />

“Ementa: ação direta <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> – Constituição do Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo – outorga <strong>de</strong> prerrogativa <strong>de</strong> caráter processual penal ao<br />

Governador do Estado imunida<strong>de</strong> à prisão cautelar e a qualquer processo<br />

penal por <strong>de</strong>litos estranhos à função governamental – inadmissibilida<strong>de</strong> –<br />

ofensa ao princípio republicano – usurpação <strong>de</strong> competência legislativa da<br />

união – prerrogativas inerentes ao Presi<strong>de</strong>nte da República enquanto Chefe<br />

<strong>de</strong> Estado (CF/88, art. 86, §§ 3 o e 4 o ) – ação direta proce<strong>de</strong>nte”. 3<br />

Note-se, por fim, que todas as Constituições Estaduais que continham as<br />

mesmas previsões foram <strong>de</strong>claradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral. 4<br />

4<br />

4.1<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

Conceito<br />

O Po<strong>de</strong>r Judiciário é um dos três po<strong>de</strong>res clássicos previstos pela doutrina e<br />

consagrado como po<strong>de</strong>r autônomo e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> importância crescente no<br />

Estado <strong>de</strong> <strong>Direito</strong>, pois, como afirma Sanches Viamonte, sua função não consiste<br />

somente em administrar a Justiça, sendo mais, pois seu mister é ser o verda<strong>de</strong>iro<br />

guardião da Constituição, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar, basicamente, os<br />

princípios da legalida<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong>, sem os quais os <strong>de</strong>mais tornar-se-iam<br />

vazios. Esta concepção resultou da consolidação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s princípios <strong>de</strong><br />

organização política, incorporados pelas necessida<strong>de</strong>s jurídicas na solução <strong>de</strong><br />

conflitos.<br />

Não se consegue conceituar um verda<strong>de</strong>iro Estado <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> direito<br />

sem a existência <strong>de</strong> um Po<strong>de</strong>r Judiciário autônomo e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte para que<br />

exerça sua função <strong>de</strong> guardião das leis, pois, como afirmou Zaffaroni, “a chave<br />

do po<strong>de</strong>r do judiciário se acha no conceito <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência”. 1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!