14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ealização da igualda<strong>de</strong> econômica. Kelsen, <strong>de</strong>ntro do estrito formalismo,<br />

justifica o Estado como o “fim em si-mesmo”.<br />

As teorias são complementares, pois o Estado sempre almeja fins, ainda que<br />

difusos, <strong>de</strong>finíveis e mutáveis e para o pensamento político-constitucional tratase<br />

<strong>de</strong> uma categoria estruturante.<br />

Nesse contexto histórico, o constitucionalismo escrito surge com o Estado,<br />

também com a função <strong>de</strong> racionalização e humanização, trazendo consigo a<br />

necessida<strong>de</strong> da proclamação <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> direitos.<br />

Surgem as novas <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> <strong>Direito</strong>s, com a Declaração <strong>de</strong> <strong>Direito</strong>s da<br />

Virgínia, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1776, a Declaração <strong>de</strong> In<strong>de</strong>pendência dos Estados<br />

Unidos da América, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1776, e a Constituição dos Estados Unidos,<br />

<strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1787, com suas <strong>de</strong>z primeiras emendas aprovadas em 25<br />

<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1789 e ratificadas em 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1791.<br />

O Estado <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> é consagrado com o constitucionalismo liberal do século<br />

XIX, se <strong>de</strong>stacando a Constituição <strong>de</strong> Cádis, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1812, a 1 a<br />

Constituição Portuguesa, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1822, a 1 a Constituição<br />

Brasileira, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1824 e a Constituição Belga, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong><br />

1831.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> racionalização e humanização faz com que os textos<br />

escritos exijam que todo o âmbito estatal esteja presidido por normas jurídicas,<br />

que o po<strong>de</strong>r estatal e a ativida<strong>de</strong> por ele <strong>de</strong>senvolvida se ajustem ao que é<br />

<strong>de</strong>terminado pelas previsões legais, ou seja, a submissão <strong>de</strong> todos aos Estado <strong>de</strong><br />

<strong>Direito</strong>, como salientado por Maurice Hariou.<br />

Nesse mesmo sentido, Leon Duguit salienta que “a partir do momento em<br />

que se compreen<strong>de</strong>u o significado da expressão Estado <strong>de</strong> direito, emergiu a<br />

vigorosa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> edificar a construção jurídica do Estado”. 1<br />

A Declaração <strong>de</strong> <strong>Direito</strong>s da Constituição Francesa <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

1848, dando sequência a essa série <strong>de</strong> documentos escritos caracterizadores do<br />

constitucionalismo mo<strong>de</strong>rno, foi um texto precursor do século XX, pois previa<br />

em seu texto que a República Francesa tinha por princípios a liberda<strong>de</strong>, a<br />

igualda<strong>de</strong> e a fraternida<strong>de</strong>, tendo por base a família, o trabalho, a proprieda<strong>de</strong> e<br />

a or<strong>de</strong>m pública e estabelecendo competir à República a proteção do cidadão,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!