14.04.2018 Views

Direito Constitucional 32ª Ed. (2016) - Alexandre de Moraes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

constitucionalida<strong>de</strong> admite maior discricionarieda<strong>de</strong> por parte do Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (conveniência política da suspensão da eficácia), que <strong>de</strong>verá<br />

analisar a “conveniência da suspensão cautelar da lei impugnada”, 5 permitindo,<br />

<strong>de</strong>ssa forma, uma maior subjetivida<strong>de</strong> na análise da “relevância do tema, bem<br />

assim em juízo <strong>de</strong> conveniência, ditado pela gravida<strong>de</strong> que envolve a<br />

discussão”, 6 bem como da “plausibilida<strong>de</strong> inequívoca” e dos evi<strong>de</strong>ntes “riscos<br />

sociais ou individuais, <strong>de</strong> várias or<strong>de</strong>ns, que a execução provisória da lei<br />

questionada gera imediatamente”, 1 ou, ainda, das “prováveis repercussões” pela<br />

manutenção da eficácia do ato impugnado 2 e da “relevância da questão<br />

constitucional” 3 e “relevância da fundamentação da arguição <strong>de</strong><br />

inconstitucionalida<strong>de</strong>, além da ocorrência <strong>de</strong> periculum in mora, tais os entraves<br />

à ativida<strong>de</strong> econômica”. 4<br />

Conforme acentuou o Ministro Gilmar Men<strong>de</strong>s, “ao adotar o conceito<br />

jurídico in<strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> conveniência política da suspensão da eficácia,<br />

procurou o Tribunal <strong>de</strong>senvolver um conceito geral que lhe outorgue maior<br />

liberda<strong>de</strong> para avaliar a necessida<strong>de</strong> ou não <strong>de</strong> suspensão cautelar da lei ou do<br />

ato normativo. É certo, por outro lado, que a utilização <strong>de</strong>sse conceito permite<br />

que o Supremo Tribunal <strong>de</strong>senvolva um mo<strong>de</strong>lo diferenciado para o processo<br />

cautelar da ação direta <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong>, tanto quanto possível distinto<br />

do processo cautelar convencional”. 5<br />

Dessa maneira, a eficácia da liminar nas ações diretas <strong>de</strong><br />

inconstitucionalida<strong>de</strong>, que suspen<strong>de</strong> a vigência da lei ou do ato normativo<br />

arguido como inconstitucional, opera com efeitos ex nunc, ou seja, não<br />

retroativos, portanto, a partir do momento em que o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

a <strong>de</strong>fere, sendo incabível a realização <strong>de</strong> ato com base na norma suspensa. 6<br />

Excepcionalmente, porém, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>monstrada a conveniência e <strong>de</strong>clarando<br />

expressamente, o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral conce<strong>de</strong> medidas liminares com<br />

efeitos retroativos (ex tunc). 7 Esse entendimento pacificado no STF foi<br />

formalizado pela Lei n o 9.868/99, que, no § 1 o <strong>de</strong> seu art. 11, estabelece que a<br />

medida cautelar, dotada <strong>de</strong> eficácia contra todos, será concedida com efeitos ex<br />

nunc, salvo se o Tribunal enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>va conce<strong>de</strong>r-lhe eficácia retroativa.<br />

Observe-se, conforme entendimento do STF, que “a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!