07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Exsurge, <strong>de</strong>ssarte, um direito adquirido ao beneficiário da regra da isenção onerosa. Observe a<br />

jurisprudência:<br />

EMENTA: “(...) I – Isenção <strong>de</strong> tributos estaduais e municipais concedida pela União sob o pálio da Constituição<br />

pretérita, art. 19, § 2º. Isenção do ICM, hoje ICMS, em razão do Programa <strong>de</strong> Exportação (BEFIEX), com prazo certo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>z anos e mediante condições. A sua revogação, em face da proibição <strong>de</strong> concessão, por parte da União, <strong>de</strong> isenção<br />

<strong>de</strong> tributos estaduais e municipais – CF, art. 151, III – há <strong>de</strong> observar a sistemática do art. 41, §§ 1º e 2º do ADCT. Em<br />

princípio, ela somente ocorreria dois anos após a promulgação da CF/88, dado que não confirmada pelo Estado​membro.<br />

Todavia, porque concedida por prazo certo e mediante condições, corre em favor do contribuinte o instituto do<br />

direito adquirido​ (CTN, art. 178; CF, art. 5º, XXXVI; ADCT, art. 41, § 2º; Súmula 544​-STF). Quer dizer, a revogação<br />

ocorrerá após o transcurso do prazo da isenção. II – RE não conhecido”. (RE 169.880/SP, 2ª T., rel. Min. Carlos<br />

Velloso, j. em 29​-10​-1996) (Grifos nossos)<br />

A esse propósito, editou​-se a Súmula n. 544 do STF, segundo a qual “isenção tributária<br />

concedida sob condição onerosa não po<strong>de</strong> ser livremente suprimida”.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova rea​lizada pela ASPERHS Consultoria/PE, para o cargo <strong>de</strong> Advo​gado<br />

da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Lagoa Gran<strong>de</strong>/PE, em 2008: “As isenções tributárias concedidas sob condição onerosa<br />

po<strong>de</strong>m ser suprimidas livremente”.<br />

Por outro lado, as isenções não onerosas avocam tormentoso <strong>de</strong>bate na doutrina e na<br />

jurisprudência, passando ao largo <strong>de</strong> um posicionamento uníssono. O STF tem entendido que, tirante<br />

o caso da isenção onerosa (submetida a lapso temporal e a certas condições), a revogabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssas isenções não dotadas <strong>de</strong> onerosida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ocorrer a qualquer tempo, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

respeitar o princípio da anteriorida<strong>de</strong> tributária, <strong>de</strong>vendo o tributo ser imediatamente exigível. A<br />

jurisprudência, <strong>de</strong> há muito, assim se posiciona:<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova rea​li​zada pela Vunesp, para o cargo <strong>de</strong> Procurador do Mu​nicípio <strong>de</strong><br />

Sertãozinho, em 2008: “Revogada a isenção, o tributo não se tor​na imediatamente exigível,​ pois há que se observar o<br />

prin​cípio da anteriorida<strong>de</strong>, pe​lo qual nenhum tributo po​<strong>de</strong> ser exigido em relação a fatos geradores ocorridos an​tes do<br />

início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado ou no mesmo exer​cício financeiro em que ha​ja sido<br />

publicada a lei que os instituiu ou aumentou”.<br />

Em 26​-10​-1982: EMENTA: ICM. ISENÇÃO NÃO ONEROSA. REVOGAÇÃO. IMEDIATA EFICÁCIA E EXIGIBILIDADE DO<br />

TRIBUTO. Inaplicação do princípio constitucional da anualida<strong>de</strong>. Recurso Extraordinário conhecido pelo permissivo<br />

constitucional da alínea “d”, mas <strong>de</strong>sprovido. (RE 97.482/RS, 1ª T., rel. Min. Soares Muñoz, j. em 26​-10​-1982)<br />

Em 17​-10​-1984: SÚMULA 615, STF (O princípio constitucional da anualida<strong>de</strong> não se aplica à revogação <strong>de</strong> isenção do<br />

ICM)14<br />

Em 27​-09​-1996: EMENTA: Revogada a isenção, o tributo volta a ser imediatamente exigível, sendo impertinente a<br />

invocação do Princípio da Anteriorida<strong>de</strong> (CF/88, art. 150, III, “b”). Prece<strong>de</strong>ntes citados: RMS 13.947​-SP; RMS 14.473​-<br />

SP; RMS 14.174​-SP; RE 57.567​-SP; RE 97.482​-RS. (RE 204.062/ES, 2ª T., rel. Min. Carlos Velloso, j. em<br />

27​-09​-1996)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!