07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

artificiosos está na presunção <strong>de</strong> anulabilida<strong>de</strong> e ineficácia <strong>de</strong> tais ações, uma vez que o art. 185 do<br />

CTN já os consi<strong>de</strong>ra fraudulentos em sua essência (presunção absoluta ou juris et <strong>de</strong> jure), não se<br />

admitindo prova em contrário.<br />

A gran<strong>de</strong> diferença entre a frau<strong>de</strong> contra credores do <strong>Direito</strong> Privado e a do <strong>Direito</strong> Tributário,<br />

prevista no art. 185 do CTN, é que, nesta última, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a dívida esteja inscrita em dívida ativa,<br />

haverá uma presunção abso​luta, não se tendo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prova por parte da Fazenda Pública.<br />

Ocorre, portanto, uma inversão no ônus probante, que no <strong>Direito</strong> Privado recai sobre o credor e, no<br />

<strong>Direito</strong> Tributário, sobre o <strong>de</strong>vedor.<br />

5.1 A reserva <strong>de</strong> bens ou rendas para pagamento da dívida<br />

A ressalva existe, por sua vez, ao <strong>de</strong>vedor <strong>de</strong> boa índole que, munido <strong>de</strong> boa​-fé e pontualida<strong>de</strong><br />

para com o Fisco credor, reserva outros bens ou rendas suficientes para o total pagamento da dívida<br />

fiscal em fase <strong>de</strong> execução (art. 185, parágrafo único, do CTN). Vejamos o artigo:<br />

Art. 185. (...)<br />

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese <strong>de</strong> terem sido reservados, pelo <strong>de</strong>vedor, bens ou<br />

rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.<br />

Esse preceito, vale lembrar, não se aplica nos casos em que o <strong>de</strong>vedor reserva bens ou rendas<br />

suficientes a garantir o integral pagamento da dívida ativa (art. 185, parágrafo único, CTN)12.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado CORRETO, em prova realizada pela FCC, TCE/GO, para o cargo <strong>de</strong> Analista <strong>de</strong> Controle<br />

Externo, em 2014: “Não há <strong>de</strong> se falar em alienação em frau<strong>de</strong> à execução se o sujeito passivo em débito com a<br />

Fazenda Pública tiver reservado bens ou rendas suficientes ao pagamento total da dívida tributária”.<br />

Observação: o tema foi igual​mente solicitado em prova realizada pelo TRF/3ª Região, para o cargo <strong>de</strong> Juiz Fe<strong>de</strong>ral (XI<br />

Concurso).<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado CORRETO, em prova rea​lizada pela Vunesp, para o cargo <strong>de</strong> Procurador do Município <strong>de</strong><br />

Sertãozinho, em 2008: “É correto afirmar que alienação ou oneração <strong>de</strong> bens pelo sujeito passivo em débito junto à<br />

Fazenda Pública, por crédito tributário em fase <strong>de</strong> cobrança judicial, não caracteriza a frau<strong>de</strong> quando o sujeito passivo<br />

reserva bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita em cobrança”.<br />

Por óbvio, não persiste a frau<strong>de</strong> quando o <strong>de</strong>vedor aliena bens após garantido o juízo, por<br />

qualquer <strong>de</strong> seus formatos. Temos, portanto, que a presunção da frau<strong>de</strong> só exsurge diante da<br />

alienação que coloca o <strong>de</strong>vedor em situação <strong>de</strong> insolvabilida<strong>de</strong>. Então, a simples alienação não basta<br />

à caracterização da frau<strong>de</strong>, pois a chave é a superveniência <strong>de</strong> situação <strong>de</strong> insolvabilida<strong>de</strong> do

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!