07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilida<strong>de</strong> criminal e funcional que no caso couber.<br />

Tal comando disciplina uma responsabilida<strong>de</strong> pessoal, quanto ao pagamento da dívida tributária,<br />

contra o funcionário que emitir uma certidão negativa inquinada <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica.<br />

O funcionário fazendário, sabendo que está cometendo uma falsida<strong>de</strong>, respon<strong>de</strong>rá,<br />

consequentemente, caso se <strong>de</strong>scubra a frau<strong>de</strong>, por este ilícito perante as instâncias administrativa,<br />

tributária e criminal. Logo, ficará responsável pelo crédito que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> constar na certidão, além<br />

<strong>de</strong> ser o <strong>de</strong>stinatário das <strong>de</strong>vidas sanções administrativas e penais.<br />

Com efeito, o servidor público <strong>de</strong>sbriado po<strong>de</strong>rá ser alvo <strong>de</strong> persecução penal, atribuindo​-se​-lhe,<br />

no mínimo, o crime <strong>de</strong> prevaricação, quando não o <strong>de</strong> corrupção passiva.<br />

Por outro lado, se o funcionário agir sem dolo não haverá que in​ci​dir a responsabilida<strong>de</strong> pelo<br />

crédito tributário, po<strong>de</strong>ndo exsurgir, no en​tan​to, a responsabilização disciplinar e a penal, se for o<br />

caso.<br />

Enten<strong>de</strong>mos que tal responsabilização pessoal do servidor público fazendário é<br />

contraproducente, <strong>de</strong>vendo​-se assimilá​-la como responsabilida<strong>de</strong> solidária. Isso porque o servidor<br />

público, como é sabido, recebe, como regra, parcos salários, não se po<strong>de</strong>ndo imaginá​-lo hábil a<br />

satisfazer créditos tributários robustos. A<strong>de</strong>mais, proteger​-se​-ia o contribuinte <strong>de</strong>sonesto, com um<br />

verda<strong>de</strong>iro escudo, na pessoa do servidor. Assim, a nosso ver, a responsabilida<strong>de</strong> mais consentânea<br />

com o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> justiça <strong>de</strong>ve ser a solidária, a fim <strong>de</strong> se dar azo à eventual responsabilização do<br />

sujeito passivo originário.<br />

5 DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS DO CTN<br />

As disposições finais e transitórias do CTN ocupam​-se dos arts. 209 a 218 do CTN. Por questões<br />

didáticas, <strong>de</strong>talharemos apenas os arts. 209 e 210 do CTN, haja vista a diminuta importância dos<br />

artigos <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iros do Digesto Tributário.<br />

Art. 209. A expressão “Fazenda Pública”, quando empregada nesta Lei sem qualificação, abrange a Fazenda Pública<br />

da União, dos Estados, do Distrito Fe<strong>de</strong>ral e dos Municípios.<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Fazenda Pública encontra​-se na moldura jurídica das pessoas políticas <strong>de</strong> <strong>Direito</strong><br />

Público interno, conforme o art. 41, I, II e III, do Código Civil (Lei n. 10.406/2002). A Fazenda<br />

Pública é o ente tributante, a entida<strong>de</strong> impositora ou, ainda, mais coloquialmente, o próprio Fisco.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!