07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

compulsório se aproxima do imposto extraordinário <strong>de</strong> guerra, ao qual po<strong>de</strong> ser ofertado qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> fato gerador (art. 154, I, CF). Vale dizer que, para tais autores, no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa<br />

extraordinária <strong>de</strong> guerra externa – e somente nessa hipótese –, o empréstimo compulsório po<strong>de</strong>ria<br />

surgir com o fato jurígeno <strong>de</strong> um imposto não fe<strong>de</strong>ral.<br />

Como assevera Luciano Amaro42, “é evi<strong>de</strong>nte que o fato gerador do empréstimo compulsório<br />

não é a guerra nem a calamida<strong>de</strong> nem o investimento público, (...); a guerra, a calamida<strong>de</strong> e o<br />

investimento público, nas circunstâncias previstas, condicionam o exercício da competência<br />

tributária e direcionam a aplicação do produto da arrecadação”.<br />

Assim, memorize: o fato gerador não é a guerra, ou a calamida<strong>de</strong> pública, nem o investimento<br />

público43, mas qualquer situação abstrata, prevista na lei, como capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>flagrar a relação<br />

jurídico-tributária.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova rea​lizada pela FGV Projetos, para o cargo <strong>de</strong> Procurador do Tribunal<br />

<strong>de</strong> Contas do Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 2008: “Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os<br />

seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamida<strong>de</strong> pública que exija auxílio fe<strong>de</strong>ral impossível <strong>de</strong><br />

aten<strong>de</strong>r com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r aquisitivo”.<br />

Importante: item semelhante veio a ser consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova realizada no 135º Exame da OAB/SP, em<br />

2008.<br />

Com a <strong>de</strong>vida vênia, acreditamos que o aspecto material da hipótese <strong>de</strong> incidência do empréstimo<br />

compulsório po<strong>de</strong> ser o <strong>de</strong> qualquer imposto, como o foi, no passado, marcando esta exação<br />

tributária, que <strong>de</strong>spontou como verda<strong>de</strong>iro adicional <strong>de</strong> imposto fe<strong>de</strong>ral (IR), no caso do<br />

Empréstimo-Calamida<strong>de</strong> (DL n. 2.047/83), inci<strong>de</strong>nte sobre a renda, e como adicional <strong>de</strong> imposto<br />

estadual (ICMS), no caso do Empréstimo sobre a Aquisição <strong>de</strong> Veículos e Consumo <strong>de</strong><br />

Combustíveis (DL n. 2.088/86), com fato gerador praticamente coinci<strong>de</strong>nte com o do imposto<br />

estadual (ICM, à época).<br />

Desse modo, o fato <strong>de</strong> terem surgido como “adicionais <strong>de</strong> impostos”, mostra a vocação do<br />

gravame para penetrar no aspecto material <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong>ste gravame, e não <strong>de</strong> outros. Não<br />

obstante, enten<strong>de</strong>mos que é <strong>de</strong>fensável a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o empréstimo compulsório surja com fato<br />

jurígeno <strong>de</strong> uma taxa, ou, mesmo, <strong>de</strong> uma contribuição <strong>de</strong> melhoria, mas isso só tem relevância no<br />

plano teórico e científico.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!