07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Vamos <strong>de</strong>talhá​-las:<br />

a) A contribuição ao salário​-educação: a contribuição ao salário​-educação foi concebida para<br />

financiar, como adicional, o ensino fundamental público, como prestação subsidiária da empresa ao<br />

<strong>de</strong>ver constitucional do Estado <strong>de</strong> manter o ensino primário gratuito <strong>de</strong> seus empregados e filhos<br />

<strong>de</strong>stes.<br />

Segundo o STF, tal contribuição é uma “contribuição social geral”, tendo sido concebida pelo art.<br />

178 da EC n. 1/69 e recepcionada pela Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, em função do disposto no art.<br />

212, § 5º, CF.<br />

Observe a jurisprudência:<br />

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. SALÁRIO​-EDUCAÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE. RECEPÇÃO. I – O<br />

salário​-educação, na vigência da EC 01/69 (art. 178), foi consi<strong>de</strong>rado constitucional. II – A CF/88 recepcionou o referido<br />

encargo como contribuição social <strong>de</strong>stinada ao financiamento do ensino fundamental (art. 212, § 5º), dando​-lhe caráter<br />

tributário. Essa recepção manteve toda a disciplina jurídica do novo tributo, legitimamente editada <strong>de</strong> acordo com a<br />

or<strong>de</strong>m pretérita. III – O art. 25 do ADCT revogou todas as <strong>de</strong>legações <strong>de</strong> competência outorgadas ao Executivo, sobre<br />

a matéria reservada ao Congresso Nacional, mas não impediu a recepção dos diplomas legais legitimamente<br />

elaborados na vigência da Constituição anterior, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que materialmente compatíveis com a nova Carta. IV – Até a<br />

publicação da Lei n. 9.424/96, o salário​-educação continuou regido pelas regras construídas no sistema prece<strong>de</strong>nte. V<br />

– Recurso não conhecido. (RE 272.872/RS, Pleno, rel. Min. Ilmar Galvão, j. em 04​-04​-2001) (Grifo nosso)<br />

Ainda:<br />

EMENTA: TRIBUTÁRIO. SALÁRIO​-EDUCAÇÃO. (...) A CF/88 acolheu o salário​-educação, havendo mantido <strong>de</strong> forma<br />

expressa – e, portanto, constitucionalizado –, a contribuição, então vigente, a exemplo do que fez com o PIS​-PASEP<br />

(art. 239) e com o FINSOCIAL (art. 56 do ADCT), valendo dizer que a recepcionou nos termos em que a encontrou, em<br />

outubro/88. Conferiu​-lhe, entretanto, caráter tributário, por sujeitá​-la, como as <strong>de</strong>mais contribuições sociais, à norma do<br />

seu art. 149, sem prejuízo <strong>de</strong> havê​-la mantido com a mesma estrutura normativa do Decreto​-Lei n. 1.422/75 (mesma<br />

hipótese <strong>de</strong> incidência, base <strong>de</strong> cálculo e alíquota), só não tendo subsistido à nova Carta a <strong>de</strong>legação contida no § 2º<br />

do seu art. 1º, em face <strong>de</strong> sua incompatibilida<strong>de</strong> com o princípio da legalida<strong>de</strong> a que, <strong>de</strong> pronto, ficou circunscrita.<br />

Recurso não conhecido. (RE 290.079/SC, Pleno, rel. Min. Ilmar Galvão, j. em 17​-10​-2001)<br />

A esse propósito, impen<strong>de</strong> citar a Súmula n. 732 do STF, segundo a qual “é constitucional a<br />

cobrança da contribuição do salário​-educação, seja sob a Carta <strong>de</strong> 1969, seja sob a Constituição<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, e no regime da Lei 9.424/96”. Este comando, com a nova redação dada pela EC n.<br />

53/2006, prevê a referida contribuição, como fonte adicional <strong>de</strong> financiamento da educação básica<br />

pública (educação infantil – creche e pré​-escola –, o ensino fundamental e o ensino médio).<br />

Quanto à sujeição ativa, frise​-se que a contribuição ao salário​-educação passou a ser recolhida<br />

pela Receita Fe<strong>de</strong>ral do Brasil (SRFB). Antes da criação do novo órgão, o recolhimento era feito<br />

pela extinta Secretaria da Receita Previ<strong>de</strong>nciária, então vinculada ao Ministério da Previdência e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!