07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

impositiva5, haja vista o fato <strong>de</strong> que o preceito imunitório vocaciona-se a <strong>de</strong>marcar áreas que<br />

<strong>de</strong>limitam zonas <strong>de</strong> intributabilida<strong>de</strong>.<br />

Segundo Amílcar <strong>de</strong> Araújo Falcão6, a imunida<strong>de</strong> é “uma forma qualificada ou especial <strong>de</strong> não<br />

incidência, por supressão, na Constituição, da competência impositiva ou do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tributar,<br />

quando se configuram certos pressupostos, situações ou circunstâncias previstas pelo estatuto<br />

supremo”.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova rea​lizada pelo IESES, TJ/PB, para o cargo <strong>de</strong> Titular <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong><br />

Notas e <strong>de</strong> Registros, em 2014: “Consi<strong>de</strong>rando que a CF refere-se a isenções e não incidência, quando trata <strong>de</strong><br />

imunida<strong>de</strong>s, a doutrina brasileira pon<strong>de</strong>ra que tais expressões são sinônimas, abarcando o mesmo fenômeno tributário”.<br />

A corroborar o conceito expendido, Misabel Derzi7 preconiza que “a imunida<strong>de</strong> é forma<br />

qualificada <strong>de</strong> não incidência que <strong>de</strong>corre da supressão da competência impositiva sobre certos<br />

pressupostos na Constituição”.<br />

Nesse sentido, temos por indisputável que <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cer a uma regra <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> equivale a<br />

incidir em inconstitucionalida<strong>de</strong>. Ou, como assevera, expressivamente, Aliomar Baleeiro8, as<br />

“imunida<strong>de</strong>s tornam inconstitucionais as leis ordinárias que as <strong>de</strong>safiam”.<br />

Hugo <strong>de</strong> Brito Machado9, por fim, ratifica o plano conceitual em epígrafe, ao <strong>de</strong>finir imunida<strong>de</strong><br />

como “o obstáculo criado por uma norma da Constituição que impe<strong>de</strong> a incidência <strong>de</strong> lei ordinária<br />

<strong>de</strong> tributação sobre <strong>de</strong>terminado fato, ou em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada pessoa, ou categoria <strong>de</strong><br />

pessoas”.<br />

Com efeito, o legislador ordinário, quando <strong>de</strong>screve a norma jurídica, está impedido <strong>de</strong> inserir no<br />

polo passivo da relação jurídico-tributária as pessoas e as situações guarnecidas pelo manto protetor<br />

<strong>de</strong> uma norma imunizante, sob pena <strong>de</strong> inafastável inconstitucionalida<strong>de</strong>. Por muito maior razão, não<br />

o po<strong>de</strong>rá fazer a Administração Fazendária, que, interpretando e aplicando a lei, vier a se furtar do<br />

<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> obediência às limitações imunitórias ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tributar. Com efeito, “a face mais visível<br />

das limitações do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tributar <strong>de</strong>sdobra-se nos princípios constitucionais tributários e nas<br />

imunida<strong>de</strong>s tributárias”10. O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tributar será cercado por traços <strong>de</strong>finitórios que lhe<br />

<strong>de</strong>marcarão “o campo, o modo, a forma e a intensida<strong>de</strong>”11.<br />

Nesse sentido, arremata Roque Antonio Carrazza12:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!