07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tituin​te Originário, é certo que o Mu​nicípio po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> exer​cê​-la, uma vez que seu exer​cício é facultativo, mas não<br />

po<strong>de</strong>rá o Estado supri​-la por absoluta impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renúncia ou <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> com​petência por parte do Município”.<br />

Voltando à questão da lei complementar, sabe​-se que o ISS é um imposto municipal, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> lei ordinária, porém sua estrutura normativa está disciplinada em legislação complementar fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> âmbito nacional, a atual Lei Complementar n. 116/2003, o que nos faz concluir que a competência<br />

tributária para a sua instituição é “limitada”.<br />

Além disso, no plano normativo, o ISS também recebe influência do Decreto​-Lei n. 406/1968, o<br />

qual teve revogação apenas parcial, tendo sido recepcionado pela Carta Magna com força <strong>de</strong> lei<br />

complementar, conforme se nota na ementa abaixo36:<br />

EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS – ISS. EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. DEDUÇÃO<br />

DO VALOR DE SUBEMPREITADAS TRIBUTADAS. ART. 9º, § 2º, “B”, DO DECRETO​-LEI N. 406/68. 1. O Decreto​-Lei<br />

n. 406/68 foi recepcionado como lei complementar pela Constituição da República. Prece<strong>de</strong>ntes: Recursos<br />

Extraordinários ns. 236.604 e 220.323. 2. O disposto no art. 9º, § 2º, alínea b, do Decreto​-Lei n. 406/68 não contraria a<br />

Constituição da República. 3. Recurso extraordinário não conhecido. (RE 262.598, rel. Min. Ilmar Galvão, rel. p/<br />

Acórdão: Min. Cármen Lúcia, 1ª T., j. em 14​-08​-2007)<br />

A propósito do caráter uniformizador da lei complementar, no âmbito do ISS, Regina Helena<br />

Costa37 traz pontual opinião:<br />

“Outro aspecto relevante é o traduzido na preocupação constitucional com a uniformida<strong>de</strong> da disciplina do Imposto<br />

Sobre Serviços <strong>de</strong> Qualquer Natureza – ISSQN. Com efeito, consi<strong>de</strong>rando​-se a existência <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 5.500 Municípios<br />

no País, a Lei Maior, a par <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar diversas normas a respeito, cuidou <strong>de</strong> atribuir à lei complementar o regramento<br />

<strong>de</strong> alguns aspectos <strong>de</strong>ssa imposição fiscal, restringindo, assim, a liberda<strong>de</strong> do legislador municipal”.<br />

É indiscutível que o papel da lei complementar no ISS é <strong>de</strong> extrema relevância, haja vista a forte<br />

vocação <strong>de</strong>ssa norma para solucionar os chamados “conflitos <strong>de</strong> competência” – ou “áreas <strong>de</strong> atrito”,<br />

na terminologia <strong>de</strong> Aires Barreto38 –, em obséquio ao pacto fe<strong>de</strong>rativo, e para obstar os efeitos<br />

colaterais da “guerra fiscal” que se estabelece entre municípios limítrofes (ou não), com a<br />

consequente multiplicação das controvérsias.<br />

Nesse passo, é bastante previsível a polêmica disputa que ten<strong>de</strong> a surgir no plano arrecadatório<br />

do ISS: <strong>de</strong> um lado, os municípios querendo arrecadar; <strong>de</strong> outro, os contribuintes intencionando<br />

pagar menos o impos​to; e, numa terceira via, os municípios preten<strong>de</strong>ndo disputar entre si o imposto.<br />

A “guerra” está instaurada, e o palco do conflito é a interpretação das normas – uma ativida<strong>de</strong><br />

hermenêutica que cabe àqueles que protagonizam a cena jurídico​-tributária. A propósito, Kiyoshi<br />

Harada39 adverte que “a área <strong>de</strong> conflito entre o ICMS e o ISS, na verda<strong>de</strong>, não existe mais. O

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!