07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“(...) a interpretação literal ten<strong>de</strong> a ser mais restritiva na medida em que exige do intérprete que se mantenha atrelado a<br />

expressões contidas nas palavras das leis. Mas aqui há a observar​-se o seguinte: a interpretação jurídica não se <strong>de</strong>tém<br />

na interpretação literal ou gramatical, embora <strong>de</strong>va por esta começar”.<br />

O STJ já se manifestou quanto ao dispositivo ora estudado:<br />

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CÂMBIO NAS IMPORTAÇÕES.<br />

DECRETO​-LEI N. 2.434, DE 19 DE MAIO DE 1988, ARTIGO. 6. A isenção tributária, como o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tributar, <strong>de</strong>corre<br />

do jus imperii estatal. Des<strong>de</strong> que observadas as regras pertinentes da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, po<strong>de</strong> a lei estabelecer<br />

critérios para o auferimento da isenção, como no caso in judicio. O real escopo do artigo 111 do CTN não é o <strong>de</strong> impor<br />

a interpretação apenas literal – a rigor impossível – mas evitar que a interpretação extensiva ou outro qualquer princípio<br />

<strong>de</strong> hermenêutica amplie o alcance da norma isentiva. Recurso provido, por unanimida<strong>de</strong>. (Resp 14.400/SP, 1ª T., rel.<br />

Min. Demócrito Reinaldo, j. em 20​-11​-1991) (Grifo nosso)<br />

Retomando a análise, <strong>de</strong> acordo com o art. 111 do CTN:<br />

Interpreta​-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:<br />

I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;<br />

II – outorga <strong>de</strong> isenção;<br />

III – dispensa do cumprimento <strong>de</strong> obrigações tributárias acessórias”.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado CORRETO, em prova realizada pelo Cespe/UnB, para o cargo <strong>de</strong> Analista <strong>de</strong> Gestão<br />

Corporativa (Advogado) da Hemobrás, em 2008: “Interpreta​-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre<br />

dispensa do cumprimento <strong>de</strong> obrigações tributárias acessórias”.<br />

Observação: item semelhante foi consi<strong>de</strong>rado CORRETO, em provas realizadas por várias instituições. Note​-as: (I)<br />

FCC, para o cargo <strong>de</strong> Defensor Público do Estado <strong>de</strong> São Paulo (DPE/SP), em 2009; (II) NCE/UFRJ, para o cargo <strong>de</strong><br />

Auditor Fiscal da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Santana/AP, em 2007.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova realizada pelo IESES (São José/SC), para o cargo <strong>de</strong> Fiscal <strong>de</strong><br />

Tributos Municipais <strong>de</strong> Itapema/SC, em 2007: “De conformida<strong>de</strong> com o explicitado pelo CTN, interpreta​-se literalmente a<br />

legislação tributária que disponha sobre: I. suspensão ou exclusão do crédito tributário; II. outorga <strong>de</strong> isenção; III.<br />

dispensa do cumprimento <strong>de</strong> obrigação tributária principal”.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova rea​li​zada pela Universida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Mato Grosso (Unemat), para<br />

o cargo <strong>de</strong> Agente <strong>de</strong> Tributos Esta​duais/MT, em 2008: “Nos termos do CTN, fixado no artigo 111, interpreta​-se<br />

literalmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento da obrigação principal e acessória”.<br />

O que se nota é que tal artigo disciplina hipóteses <strong>de</strong> “exceção”, <strong>de</strong>vendo sua interpretação ser<br />

literal. Na verda<strong>de</strong>, consagra um postulado que emana efeitos em qualquer ramo jurídico, isto é, “o<br />

que é regra se presume; o que é exceção <strong>de</strong>ve estar expresso em lei”.<br />

Com efeito, a regra não é o <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> obrigações acessórias, nem a isenção concedida,<br />

por fim, nem a exclusão ou suspensão do crédito tributário, mas, respectivamente, o cumprimento <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!