07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dito “axiologicamente superior”, do próprio princípio da isonomia, <strong>de</strong> modo que a carga tributária<br />

viesse a ser mais significativa para os contribuintes que revelassem superior riqueza patrimonial e<br />

menos onerosa para os cidadãos <strong>de</strong> mais baixa renda78.<br />

Viu​-se, assim, que prestigiar a instituição da progressivida<strong>de</strong> fiscal no IPTU seria o mesmo que<br />

garantir a todos o exercício da cidadania, viabilizando ao Estado o seu nobre exercício na aplicação<br />

normativa do tributo, bem como na execução das políticas públicas79.<br />

Como se nota, po<strong>de</strong>​-se hoje dizer, sem medo <strong>de</strong> equívocos, que o assunto <strong>de</strong>ixou a doutrina e os<br />

tribunais divididos. Inúmeras foram as opiniões a favor da progressivida<strong>de</strong>, assim como aquelas<br />

que exteriorizavam uma frontal discordância com a técnica.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova realizada pela FGV, Prefeitura <strong>de</strong> Recife/PE, para o cargo <strong>de</strong> Auditor do<br />

Tesouro Municipal, em 2014: “Em <strong>de</strong>terminado Município da Fe<strong>de</strong>ração, foi editada lei fixando alíquotas progressivas do<br />

IPTU, em <strong>de</strong>corrência do número <strong>de</strong> imóveis <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> do contribuinte. Nesse sentido, a lei é constitucional por<br />

obe<strong>de</strong>cer ao princípio da função social da proprieda<strong>de</strong>”.<br />

No plano da análise do tema pelo STF, viu​-se que, <strong>de</strong> início, o Pretório Excelso, sem enfrentar os<br />

pontos centrais da discussão, concebeu apenas que as leis anteriores à Emenda eram<br />

inconstitucionais, quanto à técnica da progressivida<strong>de</strong> fiscal, mas as que tivessem sido elaboradas<br />

após a EC n. 29/2000 seriam passíveis <strong>de</strong> aplicação.<br />

Assim, o Pretório Excelso firmou entendimento no sentido <strong>de</strong> ser inconstitucional a pretensão<br />

tributante do fisco municipal <strong>de</strong> impor a progressivida<strong>de</strong> fiscal, aferível pela capacida<strong>de</strong><br />

contributiva do sujeito passivo, para os eventos tributários verificados antes do advento da EC n.<br />

29/2000.<br />

Nesse passo, em 2003, editou​-se a Súmula n. 668 do STF, que re​za: “É inconstitucional a lei<br />

municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas<br />

para o IPTU, salvo se <strong>de</strong>stinada a assegurar o cumprimento da função social da proprieda<strong>de</strong> urbana”.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova rea​lizada pelo TJ/PA para o cargo <strong>de</strong> Assessor Jurídico, em 2014: “É<br />

constitucional a lei municipal que tenha estabelecido antes da EC 29/00 a progressivida<strong>de</strong> das alíquotas do IPTU, exceto<br />

para o cumprimento da função social da proprieda<strong>de</strong> urbana”.<br />

Em 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2015, o Plenário iniciou julgamento <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> edição <strong>de</strong> enunciado <strong>de</strong><br />

súmula vinculante (PSV 96/DF) que retrate a mencionada Súmula n. 668 do STF. Embora o tema já

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!