07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

– A imunida<strong>de</strong> religiosa e as lojas maçônicas.<br />

Passemos à análise:<br />

6.1 A imunida<strong>de</strong> religiosa e os tributos indiretos<br />

De início, impen<strong>de</strong> registrar que todo o raciocínio expendido no estudo da alínea “a”, afeta à<br />

imunida<strong>de</strong> recíproca, em cotejo com os tributos indiretos, po<strong>de</strong> ser aqui aplicado, sem alterações.<br />

Conforme se estudou na alínea prece<strong>de</strong>nte (ver item 4.1.3), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003, quando o Pleno do STF<br />

apreciou os Embargos <strong>de</strong> Divergência no Recurso Extraordinário n. 210.251/SP, <strong>de</strong> relatoria da<br />

eminente Ministra Ellen Gracie, com julgamento em 26 <strong>de</strong> fevereiro daquele ano, enten<strong>de</strong>u​-se que a<br />

imunida<strong>de</strong> prevista no art. 150, VI, “c”, da Carta Magna aplicava​-se às operações <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong><br />

mercadorias fabricadas por entida<strong>de</strong>s imunes, impedindo a incidência <strong>de</strong> ICMS, com a condição <strong>de</strong><br />

que o lucro obtido fosse vertido à consecução da finalida<strong>de</strong> precípua da entida<strong>de</strong>.<br />

Sabe​-se que a orientação adotada acima foi reiterada em 2006, pelo Pleno do STF, nos<br />

Embargos <strong>de</strong> Divergência no Recurso Extraordinário n. 186.175/SP, <strong>de</strong> relatoria da eminente<br />

Ministra Ellen Gracie, com julgamento em 23 <strong>de</strong> agosto daquele ano, conforme se nota da ementa:<br />

EMENTA: O Plenário do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, ao apreciar o RE 210.251 – EDv/SP, fixou entendimento segundo o<br />

qual as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> assistência social são imunes em relação ao ICMS inci<strong>de</strong>nte sobre a comercialização <strong>de</strong> bens<br />

por elas produzidos, nos termos do art. 150, VI, “c” da Constituição. Embargos <strong>de</strong> divergência conhecidos, mas<br />

improvidos.<br />

A bem da verda<strong>de</strong>, a discussão, que é bem antiga, foi pacificada com a prevalência do<br />

entendimento do então Ministro do STF, Bilac Pinto, que relatou célebre acórdão (RE n. 68.741/SP,<br />

em 1970), enten<strong>de</strong>ndo que a figura do contribuinte <strong>de</strong> fato era estranha à relação tributária, não<br />

po<strong>de</strong>ndo alegar, a seu favor, a imunida<strong>de</strong> tributária.<br />

Note o item consi<strong>de</strong>rado INCORRETO, em prova rea​lizada pela OAB/RJ, em 2007: “De acordo com a atual<br />

jurisprudência do STF, a imunida<strong>de</strong> tributária recíproca abrange as hipóteses em que a pessoa jurídica <strong>de</strong> direito público<br />

interno é contribuinte <strong>de</strong> fato”.<br />

Assim, passou​-se a não se po<strong>de</strong>r opor à forma jurídica a realida<strong>de</strong> econômica – como <strong>de</strong>sejava<br />

Aliomar Baleeiro, no bojo da interpretação econômica da repercussão tributária –, além <strong>de</strong> firmar a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a relação tributária se estabelecia unicamente entre o po<strong>de</strong>r tributante e o contribuinte ou<br />

responsável, nos termos da lei, prescindindo​-se do binômio conceitual “contribuinte <strong>de</strong> direito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!