07.04.2017 Views

Manual de Direito Tributario 8a Ed. Eduardo Sabbag 2016.pdf

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

análoga, em que a União, ainda que <strong>de</strong>tendo a competência tributária, não possuía a capacida<strong>de</strong><br />

tributária ativa afeta à contribuição previ<strong>de</strong>nciária arrecadada e fiscalizada pelo INSS. Aquela Corte<br />

consi<strong>de</strong>rou que apenas o INSS possuía a legitimida<strong>de</strong> passiva no feito. Observe a ementa:<br />

EMENTA: (...) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. LEIS N. 7.787/89, 8.212/91 E 8.383/91. COMPENSAÇÃO. ILEGITIMIDADE<br />

PASSIVA DA UNIÃO. PRECEDENTES. 1. Agravo Regimental contra <strong>de</strong>cisão que <strong>de</strong>u parcial provimento ao recurso<br />

especial da parte agravante, para <strong>de</strong>terminar o seguinte: a) ilegitimida<strong>de</strong> passiva da União para participar da presente<br />

<strong>de</strong>manda; b) para <strong>de</strong>terminar ser possível realizar a compensação da contribuição previ<strong>de</strong>nciária inci<strong>de</strong>nte sobre o pro<br />

labore com as inci<strong>de</strong>ntes sobre os segurados obrigatórios. 2. Não há que se confundir a competência tributária com a<br />

capacida<strong>de</strong> tributária ativa. A União, no caso, <strong>de</strong>tém a competência tributária, po<strong>de</strong>ndo legislar sobre a contribuição<br />

previ<strong>de</strong>nciária. Mas, quem <strong>de</strong>tém a capacida<strong>de</strong> tributária ativa para gerenciar, exigir e cobrar a contribuição<br />

previ<strong>de</strong>nciária é a autarquia fe<strong>de</strong>ral INSS. Ilegitimida<strong>de</strong> passiva da União para participar <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda que visa a<br />

compensar contribuições previ<strong>de</strong>nciárias por empresas vinculadas ao SIMPLES. (...) (AgRg no REsp 444.136/PR, 1ª<br />

T., rel. Min. José Delgado, j. em 26​-11​-2002; ver, nesse sentido: REsp 263.580/MG, 2ª T., rel. Min. Franciulli<br />

Netto, j. em 19​-09​-2000)<br />

Daí afirmarmos que, havendo uma <strong>de</strong>manda judicial que envolva a cobrança do ITR arrecadável<br />

em sua integralida<strong>de</strong> pelo Município, será possível dirimir esta questão na Justiça Estadual, perante<br />

uma vara cível (ou da Fazenda Pública) da comarca do Município respectivo. Não perca <strong>de</strong> vista que<br />

o feito adstrito ao ITR corre, em condições normais, na Justiça Fe<strong>de</strong>ral, perante uma vara cível da<br />

seção (ou subseção) judiciária do Município respectivo (ou daquela da qual o Município faça parte).<br />

d) Imóvel em mais <strong>de</strong> um município: o imóvel que pertencer a mais <strong>de</strong> um município <strong>de</strong>verá ser<br />

enquadrado no município da se<strong>de</strong> do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município<br />

on<strong>de</strong> se localize a maior parte do imóvel (art. 7º, § 1º, do Decreto n. 4.382/2002). Observemos a<br />

legislação:<br />

Art. 7º Para efeito da legislação do ITR, o domicílio tributário do contribuinte ou responsável é o município <strong>de</strong><br />

localização do imóvel rural, vedada a eleição <strong>de</strong> qualquer outro (Lei n. 9.393/96, art. 4º, parágrafo único).<br />

§ 1º. O imóvel rural cuja área estenda​-se a mais <strong>de</strong> um município <strong>de</strong>ve ser enquadrado no município em que se<br />

localize sua se<strong>de</strong> ou, se esta não existir, no município on<strong>de</strong> se encontre a maior parte da área do imóvel (Lei n.<br />

9.393/96, art. 1º, § 3º). (Grifo nosso)<br />

e) Sítios <strong>de</strong> recreio: a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sítios <strong>de</strong> recreio po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada fato gerador do<br />

IPTU, se estiverem localizados em zona urbana ou em área <strong>de</strong> expansão urbana, em atendimento<br />

aos requisitos elencados no art. 32 do CTN. Entretanto, hodiernamente a localização do imóvel não é<br />

mais critério a ser levado, isoladamente, em consi<strong>de</strong>ração para se <strong>de</strong>finir o tributo inci<strong>de</strong>nte sobre o<br />

indigitado bem. A esse propósito, temos notado iterativas <strong>de</strong>cisões não só <strong>de</strong> tribunais estaduais, mas<br />

também do próprio STJ (Resp 1.112.646/SP; Resp 492.869/PR), no sentido <strong>de</strong> preterir o critério <strong>de</strong><br />

localização do imóvel em <strong>de</strong>trimento do critério <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>stinação econômica. Tal mudança <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!