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CIVIL ESQUEMATIZADO VOL 3

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dipsômanos (impulso a beber, uma vez que com isso dissipem o que<br />

possuem), os depravados de qualquer espécie que dilapidam a fortuna<br />

ou o patrimônio em diversões, mulheres, luxo, doações, empréstimos<br />

etc.”[19].<br />

Justifica-se a interdição do pródigo pelo fato de encontrar-se permanentemente<br />

sob o risco de reduzir-se à miséria, em detrimento de<br />

sua pessoa e de sua família, podendo ainda transformar-se num encargo<br />

para o Estado, que tem a obrigação de dar assistência às pessoas necessitadas[20].<br />

Segundo expressamente dispõe o inc. V do mencionado art. 1.767 do<br />

Código Civil, os pródigos também “estão sujeitos a curatela”.<br />

A interdição do pródigo visa protegê-lo, e não sua família, como<br />

previa o Código de 1916. É ele o destinatário da assistência e proteção reservada<br />

aos incapazes.<br />

■ Efeitos da interdição do pródigo<br />

A interdição do pródigo só interfere em atos de disposição e oneração<br />

do seu patrimônio. Pode inclusive administrá-lo, mas ficará<br />

privado de praticar atos que possam desfalcá-lo, como “emprestar,<br />

transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado”.<br />

Tais atos dependem da assistência do curador. Sem essa assistência,<br />

serão anuláveis (art. 171, I). Não tendo a livre administração de<br />

seus bens, não pode ser nomeado tutor.<br />

Dispõe, com efeito, o art. 1.782 do Código Civil:<br />

“A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir,<br />

dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar,<br />

em geral, os atos que não sejam de mera administração”.<br />

Não há limitações concernentes à pessoa do pródigo, que<br />

poderá viver como lhe aprouver, podendo votar, ser jurado e testemunha,<br />

fixar o domicílio do casal, autorizar o casamento dos filhos, exercer<br />

profissão que não seja a de comerciante e até casar, exigindo-se,<br />

somente neste último caso, a assistência do curador se celebrar pacto<br />

antenupcial que acarrete alteração em seu patrimônio.<br />

A prodigalidade constitui desvio da personalidade, comumente<br />

ligado à prática do jogo e à dipsomania (alcoolismo), e não, propriamente,<br />

um estado de alienação mental[21]. Se, no entanto, evoluir a esse ponto,

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