21.03.2019 Views

CIVIL ESQUEMATIZADO VOL 3

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

766/1652<br />

alcança a verdade, forma a sua convicção e sentencia”[58].<br />

■ A prova testemunhal<br />

A prova testemunhal é admitida com cautela e restrições nas<br />

ações de investigação de paternidade, dada sua falibilidade. O art. 405,<br />

§ 2º, I, do Código de Processo Civil admite nas aludidas ações, que dizem<br />

respeito ao estado das pessoas, o testemunho do cônjuge, bem como do<br />

ascendente e do descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro<br />

grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, se<br />

“não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessária<br />

ao julgamento do mérito”.<br />

Decidiu o Tribunal de Justiça do Maranhão ser a prova testemunhal<br />

“meio probatório válido e suficiente quando o relacionamento<br />

amoroso havido entre os genitores era público e<br />

notório”, tratando-se de hipótese em que a época da concepção coincidia<br />

com o período do romance, não tendo sido comprovada a existência de relação<br />

plúrima[59].<br />

Por sua vez, proclamou o Tribunal de Justiça de São Paulo:<br />

“Prova oral conclusiva do relacionamento entre a mãe do autor e o apelante,<br />

que, por si só, seria suficiente para outorgar certeza moral da paternidade.<br />

Exame HLA que não excluiu a compatibilidade genética. Suficiência deste<br />

material probatório a dispensar a complementação requerida (DNA)”[60].<br />

■ Semelhança física entre o investigante e o investigado<br />

Tal semelhança, principalmente quando representada por particularidades<br />

características, não deve ser subestimada, embora não possa, por si<br />

só, servir de prova da paternidade. Todavia, conjugada a outros elementos,<br />

pode constituir adminículo relevante na formação da convicção<br />

do magistrado.<br />

Preleciona Mário Aguiar Moura, a propósito: “Desde que a semelhança<br />

seja representada por particularidades características, estas podem<br />

somar-se a outras provas, obtendo, assim, qualificação subsidiária<br />

que não pode ser desprezada. Por si só, a semelhança física seria anódina<br />

e inconsequente. Mas, inserida com a prova do concubinato, rapto, relações<br />

sexuais ou escrito do pai e demais provas da ação, ganha relevância”[61].<br />

Nessa linha, decidiu-se: “A semelhança física entre o filho e o suposto

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!