21.03.2019 Views

CIVIL ESQUEMATIZADO VOL 3

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1286/1652<br />

colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar”.<br />

Aqueles, no entanto, só podem ser privados do direito sucessório<br />

motivadamente, por meio de testamento, se derem causa à<br />

deserdação.<br />

■ 9.3. CLÁUSULAS RESTRITIVAS<br />

Malgrado a legítima seja intocável e não possa ser desfalcada em detrimento<br />

dos herdeiros necessários, admite-se que o testador indique<br />

os bens que a comporão. Preceitua o art. 2.014 do Código Civil:<br />

“Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões<br />

hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o<br />

valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas”.<br />

Por seu turno, proclama o art. 2.018:<br />

“É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última<br />

vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários”.<br />

Desse modo, não havendo ofensa à legítima, pode o autor da<br />

herança realizar a partilha dos bens em vida, ou estipulá-la por<br />

disposição de última vontade. Se, no entanto, for casado pelo regime<br />

da comunhão universal de bens e o cônjuge lhe sobreviver, a indicação<br />

dos bens constitutivos da legítima será reputada simples conselho, que o<br />

juiz atenderá ou não, porque o cônjuge sobrevivente tem preferência na<br />

escolha dos bens a serem partilhados, cuja metade já lhe pertence como<br />

meação[7].<br />

O Código Civil de 2002, no entanto, proíbe expressamente a conversão<br />

dos bens da legítima em outros de espécie diversa. Veda,<br />

ainda, a imposição de cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade<br />

e incomunicabilidade sobre os bens da legítima, salvo se houver<br />

justa causa, declarada no testamento.<br />

Assim dispõe o art. 1.848, caput, do aludido diploma:<br />

“Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador<br />

estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade,<br />

sobre os bens da legítima”.<br />

Proibiu-se a imposição de tais cláusulas, porém com a ressalva:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!