DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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As diferentes opções de tradução adotadas pelas várias versões refletem concei
intim am ente relacionados. Versões mais recentes em pregam , com freqüência, o prono
pessoal (m uitas vezes reflexivo) para traduzir nepesh. O sentido aparentem en
contraditório de “m orto”, “cadáver”, por vezes encontrado nas diversas versões, é analis
a seguir.
O estudo de n ep h esh feito por C. Westermann (THAT, v. 1, p. 71-95) é proveitoso
deve ser utilizado para efeito de comparação.
O significado original e concreto da palavra foi provavelm ente “respirar”. O ve
ocorre três vezes no grau m édio-passivo do nifal com o sentido de “reanim ar-se” (
“tom ar alento”; Êx 23.12; 31.17; 2 Sm 16.14). O verbo pode ser um denom inativo d
substantivo, m as os cognatos sem íticos tanto antigos quanto m odernos possuem um
form a verbal com o sentido de “respirar” (c f acadiano napashu, “soprar, exalar”; veja-se
D. W . THOMAS, A study in Hebrew synonyms: verbs signifying to breathe, in Zeitschrij
fü r Sem itistik, 10:311-4). Parece que o substantivo tem a conotação de “respiração” em
G ênesis 1.30: “em que listo é, as criaturas terrestres] há fôlego de vida”. A ligação entre
nepesh e “fôlego/respiração” também é sugerida por meio de afirm ações com o “e lo
SENHOR] lhe soprou [nph] nas narinas o fôlego [neshãmâ\ de vida, e o hom em passou a
ser alm a [nephesh] vivente” (Gn 2.7) e “a nepesh Ivida/respiração/alma] do m enino
retornou a ele e ele viveu” (lit., 1 Rs 17.22).
Em favor de um significado original e concreto de “respiração” tem -se tam bém o uso
de nepesh em acadiano, ugarítico e hebraico com a conotação de “garganta”. Por exem plo,
“por isso o Seol alarga a sua garganta” (Is 5.14, TB; ARA, “apetite”; cf. Hc 2.5); “as águas
me sobem até o pescoço” (Sl 69.1 [2], i b b ; a r a , “alm a”; cf. Jn 2.6).
Com o tam bém ocorre nas línguas cognatas (cf. especialm ente o árabe), nepesh pode
designar o apetite. Assim sendo, pode indicar fome de com ida: “poderás com er uvas
conform e o teu desejo [ou apetite], até te fartares” (Dt 23.24 [25], IBB; cf. Sl 78.18); “o seu
pão será som ente para o seu apetite” (Os 9.4, IBB); “o justo conhece as necessidades do seu
gado” (Pv 12.10, BJ; c f 10.3; 16.26). O vocábulo pode tam bém referir-se ao apetite
espiritual ou volitivo de alguém, isto é, a seu “desejo" ou “vontade”; por exem plo, “deles
se satisfará o m eu desejo” (Êx 15.9, IBB; cf. Ez 16.27; Sl 27.12; 41.3); “deixá-las-á ir à sua
própria vontade” (Dt 21.14; cf. 1 Sm 2.35 [que é referência à vontade de Deus]; 105.22).
Abraão diz a Efrom: “Se é da vossa vontade” (Gn 23.8, IBB). O desejo dos ím pios é
condenado (Pv 13.2; 19.2).
Em cerca de 20 vezes, no entanto, nepesh é o sujeito de ’ãu;â, “desejar”, “ansiar” .
Aqui a palavra não indica fome, apetite ou desejo em si m esmos, mas aquilo que é dono
do apetite, “a alm a”. Uma pessoa, uma alma, pode ansiar por alim ento físico: “quando (...)
por desejares [ f ’awweh\ com er carne, disseres: ‘Com erei carne; então segundo o teu desejo
[lit., ‘de acordo com o desejo da tua alm a’, bekol-’awwat napshekãJ, com erás carne” (Dt
12.20; cf. 14.26; 1 Sm 2.16). A associação dos dois vocábulos pode tam bém indicar o
im pulso sexual: “jum enta selvagem, acostum ada ao deserto, no ‘ardor do cio’ [bf,a.wwat
napshõh, Qere e LXX] fareja o vento; quem pode im pedi-la em seu desejo?” (Jr 2.24). Pode
ainda indicar o desejo espiritual ou volitivo por algo. Abner disse a Davi: “tu reinarás
sobre tudo o que desejar a tua alm a” (2 Sm 3.21; 1 Rs 11.37). “A alm a do perverso deseja
o m al” (Pv 21.10). “E o que desejar a sua alma [wenapshô ’iwwetâ], isso m esm o faz” (Jó
23.13).
O povo de J u dá anseia pela ju stiça divina: “T a m b ém através dos teu s ju ízos, SENHOR,
te esperam os; no teu nom e e na tu a m em ória está o desejo da n ossa alm a [ta’ãwat