DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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vinte anos” (cf. Jó 34.14-15). No entanto, em outras passagens, a palavra rühi, quando
dita por Deus, significa “meu espírito”, e a palavra traduzida por “habitar” é objeto de
intensos debates. E. Speiser defende o sentido de “não responderá ao hom em ” ou “não
protegerá o homem” (JBL 75:126-9).
O aspecto distintivo da vida humana não é, contudo, o físico, mas o espiritual, i.e.,
o mental e pessoal. O “fôlego” do homem lhe foi outorgado mediante um ato criador
especial de Deus (Gn 2.7; contraste-se com os animais em 1.24). Mas é o seu ser interior
que reflete a imagem de Deus, formada pelo conselho da Trindade (o uso da primeira
pessoa do plural em 1.26), e é soberano sobre todos os demais seres viventes (2.20). O
hebraico bíblico fala, portanto, de coisas que penetram em sua mente, i.e., rüah (Ez 11.5;
20.32). O aramaico de Daniel se refere da mesma forma ao endurecimento da mente de
Nabucodonosor (Dn 5.20). Mesmo o verbo riah, “sentir cheiro” (Gn 27.27), que ressalta o
lado físico, pressupõe conotações figuradas. Um Co se consome quando “cham uscado” no
fogo (Jz 16.9; TB, “ao ‘chegar-lhe o cheiro’ do fogo”). Pode também assum ir as conotações
de consciência mental, i.e., Deus “aceita” (1 Sm 26.19; TB, “receber o cheiro de”) um
sacrifício. Aliás, o objetivo dos sacrifícios do AT, ser um rêah hannihõah, “suave cheiro”,
um aroma pacifícante para Deus (Gn 8.21), aponta por símbolo e por tipo para a idéia de
expiação propiciatória por meio de Cristo. Ademais, o substantivo rüah descreve uma
disposição da mente ou atitude. O espírito de Calebe foi diferente do de seus
com panheiros sem fé (Nm 14.24; cf. o espírito de Senaqueribe, i.e., a sua decisão em 2 Rs
19.7). O rüah de alguém pode estar triste (1 Rs 21.5), surpreso (Sl 77.3 (41) ou contrito (Is
57.15). Pode estar sereno (Pv 17.27), ciumento (Nm 5.14) e paciente ou orgulhoso (Ec 7.8).
As pessoas podem se caracterizar por um espírito de sabedoria (Dt 34.9) ou de prostituição
(Os 4.12).
Finalmente, rüah denota toda a consciência imaterial do homem: “com o meu espírito
dentro de mim, eu te procuro diligentemente” (Is 26.9); uma pessoa sábia “domina o seu
espírito” (Pv 16.32; cf. Dn 5.20); no “espírito (do homem a quem o SENHOR não atribui
iniqüidadel não há dolo” (Sl 32.2). Conquanto o AT geralmente trate o homem com o um
todo (veja-se nepesh, “alma”, palavra também traduzida por “vida”), também reconhece
o dualismo essencial do ser humano (A. B. DAVIDSON, The theology o f the OT, p. 202).
Carne e espírito combinam para formar a “vida”, o “eu”, o “indivíduo”, de modo que,
embora se possa dizer que o homem possui um rüah, ele é um nepesh (às vezes, porém,
afirma-se que ele tem um nepesh, que deixa o corpo por ocasião da morte). O rüah está
dentro de sua nidneh, “bainha”, corpórea (Dn 7.15, aramaico; cf. Zc 12.1). Na morte o
corpo volta ao pó, mas o espírito imortal volta a Deus que o deu (Gn 3.19; Ec 12.7). Neste
aspecto, rüah e nepesh, que aqui significa distintamente “alma”, tendem a ter sentidos
que se sobrepõem (Jó 7.11; Is 26.9; cf. Êx 6.9 com Nm 21.4; RTW B, p. 234). Isso difere da
teologia liberal, que tende a limitar o rüah a um poder vital impessoal que se torna
individualizado apenas no nepesh. Desse modo afirma que a alma não pode existir
independentemente do corpo, i.e., quando o rüah. ou “poder” se vai (Ec 12.7), a pessoa
deixa de existir (L. KÕHLER, Old Testament theology, p. 145; veja-se posição contrária em
Davidson, op. cit., p. 200-1). No entanto, tanto o nepesh quanto o rüah podem deixar o
corpo por ocasião da morte e existir num estado separado do corpo (Gn 35.18; Sl 86.13;
cf. 1 Rs 17.22 acerca do raro caso da volta de uma alma ao seu corpo).
Num plano mais elevado, rüah pode então designar um ser angélico e sobrenatural,
um “espírito enviado de Deus” (1 Sm 16.23, TB). A função de tal espírito pode ser de
revelação (Jó 4.16(?]; cf. Zc 1.9, 19 [1.9; 2.2], maVãk, q.v.). Ou, como é apropriado, Deus
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