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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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enfático (cf. uso semelhante de nephesh, ‘etsem, etc.). As pragas são lançadas não<br />

simplesmente sobre Faraó, mas sobre o coração de Faraó (Ex 9.14). Desse modo, a<br />

referência a Jacó roubar o coração de Labão pode estar enfatizando este último como o<br />

objeto das ações de Jacó em vez de ressaltar a sutileza de Jacó (Gn 31.20; cf. ARA, “Jacó<br />

logrou a Labão”). Semelhantemente, “o peitoral do juízo sobre o coração” de Arão talvez<br />

indique tanto Arão como o portador de juízo quanto a localização do peitoral (Ex 28.29).<br />

Um a variação é o uso reflexivo de “coração”: “refazei as vossas forças” é, literalmente,<br />

“refazei os vossos corações” (Gn 18.5), e “fortalece o teu coração” (lit.) significa “fortalece-te<br />

[com comida]” (Jz 19.5).<br />

Todo o espectro de emoções é atribuído ao coração. Exemplos de emoções positivas<br />

são: o coração de Ana regozijou-se (1 Sm 2.1), como deve acontecer com os corações<br />

daqueles que buscam ao Senhor (1 Cr 16.10); o amor pode estar centralizado no coração,<br />

como quando Dalila queixou-se de que o coração de Sansão não estava com ela (Jz 16.15);<br />

Absalão conquistou para si a lealdade da nação hebréia ao roubar o coração do povo (2 Sm<br />

15.6); a empolgação da notícia de que José estava vivo fez o coração de Jacó desfalecer<br />

(Gn 45.26); a idéia de consolar ou apoiar é central na expressão idiomática “falar ao<br />

coração” (Gn 34.3; Is 40.2).<br />

Quanto a emoções negativas, a tristeza acomete o “coração” (Ne 2.2; PEB, “desgosto<br />

do coração”). O pesar que Davi sentiu por cortar o manto de Saul é expresso na frase “seu<br />

coração o feriu” (lit., 1 Sm 24.5 [6]; cf. 2 Sm 24.10). O pesar de Deus por ter criado o<br />

homem ocorre basicamente no coração divino (Gn 6.6). O coração quebrantado é a<br />

experiência dos que são oprimidos (Sl 34.18 [19]). Desprezo (2 Sm 6.16), inveja (Pv 23.17)<br />

e ira (Pv 19.3) são todos eles funções do coração.<br />

Expressões idiomáticas que relacionam o coração com o temor e a coragem são tão<br />

numerosas que merecem tratamento em separado. Expressa-se temor das seguintes<br />

maneiras: o coração pode “ir embora” ou “partir” (Gn 42.28; ARA, “desfalecer”); ele pode<br />

“cair” (1 Sm 17.32; ARA, “desfalecer”). “Ser obstáculo ao coração” (lit.) é “desencorajar” (Nm<br />

32.7, 9). O medo acontece quando o coração “abandona” (lit.) a pessoa (Sl 40.12 [13];<br />

“desfalecer”) ou “derrete” (lit.) (Js 14.7; ARA, “[a pessoa] desespera”). O tremor do coração<br />

pode representar emoções que vão desde a total desmoralização do povo de Deus em face<br />

do juízo (Dt 28.65; cf. 1 Sm 28.5) até a ansiedade de Eli devido à situação da arca de Deus<br />

(1 Sm 4.13). De outro lado, “coração de leão” é sinônimo de coragem (2 Sm 17.10).<br />

A função de pensamento pode ser atribuída ao coração. Em tais casos a palavra<br />

provavelmente deve ser traduzida como “mente” ou “entendimento”. “Pôr o coração em”<br />

(lit.) pode significar “prestar atenção em” (Êx 7.23) ou “considerar importante [alguma<br />

coisa]” (2 Sm 18.32). O pensamento criativo é uma função do coração. Planos maldosos<br />

têm origem no coração (Gn 6.5). A ARA traduz “que veio sobre o coração de Salomão” por<br />

“tudo quanto Salomão intentou fazer” (2 Cr 7.11).<br />

Sabedoria e entendimento têm origem no coração. O “coração sábio” (1 Rs 3.12; EP,<br />

“mente sábia”) e o “coração do sábio” (Pv 16.23) são mencionados. Essa expressão<br />

idiomática possui uma intensidade tal que se torna virtualmente um sinônimo de idéias<br />

como “mente” (2 Cr 9.23, PIB) ou “senso” (Pv 11.12, ARA). O coração age com percepção e<br />

discernimento da situação como quando o coração de Eliseu (i.e., a natureza perspicaz de<br />

Eliseu; ARA, “coração”) acompanhou Geazi (2 Rs 5.26). Na condição de centro do<br />

pensamento e do intelecto, o coração pode ser iludido (Is 44.20; PIB, “mente”).<br />

O coração é o centro da vontade. Pode-se descrever uma decisão como o ato d<br />

“dispor” o coração (2 Cr 12.14). “Não do meu coração” (lit.) quer dizer “não da minha<br />

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