DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1890 *CÇ5 (tsüm )
Jejuar é privar o corpo de ingerir alim ento com o sinal de que a pessoa está
experim entando um a grande tristeza. O pesar é tam bém expresso com choro e lam ento
e com o cobrir-se com pano de saco e cinzas (Et 4.3). Aquele que jejua diz com isso que
está se afligindo a si m esm o ou à sua alm a, i.e., o seu íntimo. Era possível jeju a r em favor
de outrem , por exem plo, o salm ista pelos seus inim igos durante a enferm idade destes (Sl
35.13). N a m aioria das vezes o jejum ia do nascer ao pôr do sol (cf. 2 Sm 1.12) e podia ser
abstinência total ou parcial (Sl 35.13; Dn 10.3). O jejum acom panhava o luto pelos m ortos,
e em casos de grande tristeza durava sete dias (1 Sm 31.13). Tam bém se jejuava para
obter a atenção de Deus quando a pessoa sofria por m otivo de doença. O filho ilegítim o
de Davi com Bate-Seba esteve gravem ente doente, por isso Davi jejuou e pranteou por
m uitos dias (2 Sm 12.16 e ss.). Ao sétim o dia Davi soube que a criança m orrera; ele então
levantou-se, lavou-se, ungiu-se e trocou de roupas, pois percebeu que agora que a criança
estava m orta ele não alcançaria m ais o seu intento (2 Sm 12.20-23).
O jejum tam bém era praticado quando se tinha de tom ar um a decisão difícil. Ester,
planejando conseguir o favor do rei e reverter o decreto de H am ã, colocou-se debaixo da
m isericórdia e da possível ira do rei, o que poderia resultar em sua m orte. P or isso, ela
solicitou que todos os judeus jejuassem e suplicassem a Deus em favor da sua m issão (Et
4.16). N eem ias jeju ou ao saber da triste condição de Jerusalém (N e 1.4) e então passou
a agir para consertar a situação. Aparentem ente, antes de alguém ser apedrejado por
blasfêm ia, o povo lam entava com jejum o pecado e a execução que se avizinhava (1 Rs
21.9, 12). O jejum tam bém pode ser feito ao se saber do pecado de alguém . Q uando Elias
condenou A cabe pela m orte de N abote, ele lam entou vestido de pano de sacos e jejuou.
Deus teve m isericórdia de Acabe e adiou o castigo sobre sua casa (1 Rs 21.27 e ss.).
Um indivíduo podia interceder com súplicas e jeju m em favor de toda um a nação.
Daniel confessou o seu pecado e os do seu povo, que eram a causa de terem sido levados
para o cativeiro (Dn 9.3-19). Gabriel respondeu à oração de D aniel, assegurando-lhe o fim
do cativeiro e prom etendo-lhe o estabelecim ento de um a nova aliança (Dn 9.22-27).
Convocava-se a nação a jeju ar nas épocas das piores crises, tais com o em tem pos de
pragas, de am eaça m ilitar ou da m orte de um rei. Josafá proçlam ou jeju m porque os reis
de M oabe e Am om estavam planejando um ataque contra Judá. O povo reuniu-se em
Jerusalém . Josafá conduziu a assem bléia em oração. Então Jaaziel, um levita, inspirado
pelo Espírito do Senhor, anunciou a certeza de salvação. Seguiram -se orações e louvores
vibrantes. Depois disso Josafá conduziu o exército ao com bate, m as Iavé já desbaratara
os inim igos; o exército só tinha de apanhar os despojos (2 C r 20.1-29). Em 604, quando
o exército babilônio esteve acam pado contra Ascalom , a cerca de três dias de m archa de
Jerusalém , o rei Jeoaquim proclam ou jejum . Jerem ias aproveitou a ocasião para Baruque
ler as profecias de Jerem ias perante o povo ju n to à Porta N ova do tem plo (Jr 36.1-10).
Jerem ias queria que o povo, deixando de lado um a m anifestação exterior de contrição,
partisse para um arrependim ento verdadeiro. Em outra oportunidade, Joel previu a vinda
do dia de Iavé; por isso ele exortou o povo a santificar um jejum e a convocar uma
assem bléia solene (J1 1.14; 2.15). Ele proclam ou que, se o povo se arrependesse de verdade
com lam ento e jeju m , então Deus seria gracioso e adiaria o dia do ju ízo (J1 2.12-14). O
caso de N ínive m ostra o desejo divino de oferecer m isericórdia e não de im por o ju ízo. Ao
ouvir a proclam ação do ju ízo por Jonas, os ninivitas proclam aram um jeju m e se
arrependeram . Com isso adiaram por algum tem po o dia de ju ízo (Jn 3.5-10).
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