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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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2217 i>|P? (roga*)<br />

ser entendido literalmente, dando a entender um regozijo maldoso (Ez 25.6) ou uma<br />

animação ameaçadora (6.11). Pode ser empregado figuradamente para descrever inimigos<br />

espancados e esmagados (2 Sm 22.43). Nos graus piei e pual, o verbo r ã q a ‘ adquire o<br />

sentido de bater metais nobres e de espalhar o resultado dessa ação de bater, por<br />

exemplo, “revestir” (ara, “cobrir”) uma imagem (Is 40.19). O vocábulo aparece designando<br />

ouro “batido” em Êxodo 39.3 e prata “batida” em Jeremias 10.9. Em Números 16.39 [17.41<br />

o verbo é traduzido por “converter” (em lâminas), r ã q a 1 passa então a denotar a ação<br />

divina de estender a terra tangível (Is 42.5; 44.24), estendê-la sobre a água (Sl 136.6) ou<br />

estender o céu intangível (Jó 37.18).<br />

rãqia*. F irm a m en to . “Vastidão” (no sentido de espaço imenso) é uma tradução mais<br />

precisa (cf. r iq q u ‘ê p a h im , Nm 16.38 [17.31, lit. “uma vastidão de lâminas”, i.e., lâminas<br />

largas, batidas; BDB, p. 956). r ã q ia ‘ pode designar um espaço limitado, tal como a abóbada<br />

existente acima dos querubins, que, na visão de Ezequiel, ficavam sob o trono (1.22, 26).<br />

Ou pode referir-se à “vastidão dos céus” (Dn 12.3; ARA, “firmamento”), como acontece em<br />

13 das 17 ocorrências da palavra.<br />

r ã q ía ‘ é o derivado mais importante de r ã q a '. Identifica a vastidão celeste criada por<br />

Deus. O relato de Moisés da criação emprega r ã q ia ‘ no sentido de “espaço aberto dos<br />

céus”, no qual as aves voam (Gn 1.20; ARA, “firmamento dos céus”), ou seja, a atmosfera<br />

(H. C. LEUPOLD, Exposition o f Gênesis, v. 1, p. 59), e aquela imensidão mais distante, onde<br />

Deus colocou “luzeiros ... para [assinalar as] estações” (w . 14, 17, aparentemente uma<br />

referência ao fato de eles se tornarem visíveis através do manto de nuvens; as estrelas,<br />

o sol e a luz presumivelmente já haviam sido criados no v. 3), ou seja, o espaço sideral<br />

(ISBE, v. 1, p. 315), sobre o qual, conforme o disse Jó, “[Deus] estende o norte” (Jó 26.7).<br />

A primeira idéia recebe uma ênfase maior, em particular durante aquele período antes<br />

do segundo dia da criação, quando a terra resfriou o suficiente (?) para permitir o<br />

surgimento de águas na superfície, separadas, pela expansão atmosférica, daquilo que<br />

ainda devia ter sido um imenso manto de nuvens (Gn 1.6-8). Tais circunstâncias ajudam<br />

a explicar as “portas” ou “janelas” como referências poéticas do AT ao fenômeno da chuva,<br />

por exemplo, “[Deus] ordenou às alturas, e abriu as portas dos céus” (Sl 78.23). Isaías 5.6<br />

e outras passagens deixam claro que os hebreus sabiam que a chuva vinha das nuvens.<br />

No Egito pré-cristão a confusão se introduziu na cosmologia bíblica quando a LXX,<br />

talvez sob a influência de teorias alexandrinas de que o céu seria uma "abóbada de<br />

pedra”, traduziu rãqia‘ por stereõma, sugerindo algum tipo de estrutura firme e sólida.<br />

Esse conceito grego se refletiu então na tradução em latim, firm am entum , de onde se tem<br />

a tradução em português “firmamento”. Até hoje a crítica negativa diz que a uabóboda, ou<br />

‘firmamento’, era considerada sólida pelos hebreus e que sustentava as ‘águas’ acima dele”<br />

(BDB, p. 956); cf. a tradução literal de Jó 37.18, “a expansão, forte [hãzãqim ] como um<br />

espelho fundido” (cf. Sl 150.1, lit., “expansão do seu poder”; ARA, “firmamento, obra do seu<br />

poder”), que a ARA alterou para “o firmamento, que é sólido...” A mitologia babilônica<br />

conta como Marduque usou metade do cadáver de Tiamate para formar os céus<br />

Csham am u), mantidos em seu lugar com o auxílio de uma viga (!). No AT, porém, Isaías<br />

insiste em que Deus “estende os céus [shãmayim] como cortina [dõq, ‘gaze’]” (Is 40.22);<br />

e até mesmo a abóboda (rãqia0 limitada de Ezequiel é “como o olho do gelo temível (lit.,<br />

Ez 1.22), ou seja, é transparente, “como cristal brilhante” (ARA), tão ofuscante a ponto de<br />

causar medo (KD; cf. Dn 12.3, “fulgor”).<br />

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