DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1663 *“7Di! CSpal)
Bibliografia: — PFE1FFER, Charles F., Jerusalem through the ages, Baker, 1967. —^
OWEN, G. Frederick, Jerusalem, Baker, 1972. — Avi-YONAH, Michael, Jerusalem,
1960. — JOIN-LAMBERT, Michael, Jerusalem, Frederick Ungar, 1958. — HlNDSON, L., T,
Philistines and the Old Testament, Baker, 1971.
R.B.A.
1663 **731? Cãpai) II, ser atrevido.
Essa raiz, com a qual podemos comparar o árabe gafala, “ser descuidado”, us
negligente”, “ser desatento”, é encontrada em uma única passagem do AT, Números 14.44]
(hifil), em referência ao ataque impetuoso e imprudente de Israel contra os amalequitas
e cananeus, fruto da falta de fé e da grande revolta dos israelitas. Alguns estudiosos
crêem que o pual de ‘ãpal, em Habacuque 2.4, deriva da mesma raiz, “ser atrevido”, “ser
orgulhoso” (e.g., Lisowsky; veja-se ‘ãpal I, acima).
Cap‘ap). Veja o n? 1 582b.
1664 Cãpar) lançar terra. Verbo denominativo, que ocorre apenas no piei (2 Sm
16.13).
Substantivo de Origem
1664a
Cãpãr) poeira, terra, chão, cinzas, argamassa, pó, entulho.
O substantivo masculino ‘ãpãr é uma palavra comum no AT (109 ocorrências), tendo
o sentido de “poeira”, i.e., “grãos finos e secos de terra”. Um sinônimo raro é ’ãbãq, que
tem o sentido de “poeira”, “fuligem”. Outro sinônimo é 'èper, “poeira”, “cinzas”, cuja
paronomásia com ‘ãpãr dá origem ao uso paralelo das duas palavras em hendíadis (Gn
18.27; Jó 30.19; 42.6) e paralelismos (Ez 27.30) usuais. Comparem-se também tit, “lama”,
“barro”, e hõmer, “argamassa”, “barro”. Deve-se também consultar os termos de sentido
mais amplo 1ãdãm â, “chão”, “solo”, e 'erets, “país”, “território”, “terra”. O hebraico ‘ãpãr
possui cognatos em ugarítico Cpr), acadiano (eperu) e árabe Cafar**), todos com o sentido
de “poeira”, “terra solta”, “entulho”. O vocábulo é encontrado no cananeu de Amarna como
fia paru (= ‘aparu).
O substantivo ‘ãpãr é empregado literalmente em muitos contextos, com o sentido
de “poeira’' ou “terra solta”. Os filisteus encheram de terra solta os poços cavados por
Abraão (Gn 26.15). Poeira apanhada do chão do tabernáculo devia ser levada pelo
sacerdote e acrescentada à água santa, para ser usada como uma poção no ritual de teste
de adultério (Nm 5.17). Poeira e pedras foram atiradas em Davi pelo vingativo Simei,
enquanto maldosamente amaldiçoava o rei (2 Sm 16.13, veja-se acima). Jogava-se terra
sobre a cabeça como sinal de tristeza e luto. Foi assim que Josué e os anciãos de Israel
extravasaram sua aflição quando Israel foi derrotado em Ai (Js 7.6; c f Ez 27.30; Lm 2.10;
Jó 2.12; Mq 1.10, “revolver-se no pó”). Esse gesto de humilhação e auto-esvaziamento
(freqüentemente acompanhado pelo vestir pano de saco) revela que o homem depende do
Deus que “formou ao homem do pó da terra” (Gn 2.7, acusativo de composição).
1152