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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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2492 nnn {têbà)<br />

encontrado somente em Josué 19.13, foi entendido pela ARC como parte de um nome<br />

próprio composto, ao passo que a a ra , de modo muito mais plausível, traduziu como verbo<br />

(“que se estende”). Os comentários judeus tradicionais explicam tá 'ar como sinônimo de<br />

s ã b a b , “fazer um círculo”, “riscar”, “marcar”, “esboçar”, “delinear”. BDB, com pouquíssima<br />

justificativa, considera o grau piei um verbo denominativo derivado do substantivo tõ 'a r ,<br />

dessa forma separando-o desnecessariamente de sua base qal.<br />

tõ ’ar. Forma, figura, aspecto, aparência, vulto. As várias conotações da raiz verbal<br />

descritas no parágrafo anterior mostram que o substantivo tem basicamente o sentido<br />

de “forma”. Provavelmente nunca tem o significado de “aparência” (BJ, 1 Sm 28.14) por<br />

causa da tautologia que resultaria em passagens como Gênesis 29.17. Ademais, a<br />

expressão shêm tõ'ar foi utilizada por gramáticos tradicionais do hebraico em referência<br />

a “um certo tipo de substantivo que não exprime uma qualidade ou uma característica<br />

abstrata, (...) mas denota o agente ou o portador de uma qualidade ou característica” (D.<br />

J. KAMHI, Bulletin of the School of Oriental andAfrican Studies, 34:261). Desse modo, no<br />

AT tõ'ar descreve o porte, em vez de a aparência, de uma mulher linda (Gn 29.17; Dt<br />

21.11; 1 Sm 25.3; Et 2.7), um homem formoso (Gn 39.6; 1 Rs 1.6), vacas formosas e feias<br />

à vista (“formosas de porte”, Gn 41.18; “feias de porte”, v. 19), etc.<br />

Merecem nota especial os dois usos de tõ'ar no quarto Cântico do Servo Sofredor<br />

(Is 52.13—53.12). O aspecto do servo foi terrivelmente arruinado e desfigurado (52.14),<br />

causando repulsa ao se olhar para ele (53.2). No dizer de H. C. Leupold (Exposition of<br />

Isaiah, v. 2, p. 224): “Não é de admirar que muitos dos primeiros pais da igreja tenham<br />

dito que o relato dá a impressão de que Isaías tivesse estado sentado aos pés da cruz”<br />

(vejam-se Mc 14.65; 15.15-20).<br />

R.F.Y.<br />

TtôKFI (f 'ashshür). Veja o n? 186g.<br />

2 4 9 2 rQH (têbâ) arca (A ARA traduz por “cesto” em Ê x 2.3 -5 .)<br />

Em Gênesis 6— 9 o vocábulo é empregado 26 vezes para denotar um barco imenso,<br />

retangular, em forma de caixa, em que Noé, a sua família e os animais entraram para<br />

escapar ao juízo do dilúvio. Em Êxodo 2.3, 5, denota o minúsculo barco em que Moisés foi<br />

escondido entre os juncos do rio Nilo para escapar da ira do Faraó. Considerando a<br />

palavra um empréstimo lingüístico do egípcio (embora T. O. Lambdin não a inclua em sua<br />

abrangente análise em Journal of the American Oriental Society 73:145-55), é encontrado<br />

somente em Gênesis 6—9 e Êxodo 2, e deve-se fazer distinção entre esta palavra e arôn,<br />

“arca” (q.v.), vocábulo muito mais comum, utilizado, entre outras coisas, em referência à<br />

arca da aliança.<br />

Tanto as narrativas de Gênesis quanto as de Êxodo possuem paralelos em acadiano.<br />

O paralelo mais próximo do relato de Gênesis é a famosa décima primeira tábua da<br />

epopéia de Gilgamesh (cf. ANET2, p. 93-7), ao passo que se pode comparar o relato de<br />

Êxodo com a lenda de Sargom de Agade (cf. ANET2, p. 119). As diferenças entre as<br />

narrativas do AT e os seus equivalentes acadianos são, no entanto, mais significativas<br />

teologicamente do que as semelhanças, conforme comentaristas recentes têm assinalado<br />

(veja-se, e.g., A. HEIDEL, The Gilgamesh epic and Old Testament parallels2, p. 2 6 8 e s.).<br />

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