DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

792 "ino (tãhér)
792b
792c
792d
(fhãr) limpeza.
frnri'2 (tõhorâ) purificação.
tTinÇ) (tãhôr) limpo, puro.
A raiz í/zr é cognata do ugarítico í/ir (variante zhr)y usada para designar as gemas
de lápis-lazúli (UT. 19:1032); cf o árabe do sul thr, “puro”, e o árabe tahara, “ser (estar)
puro, lim po”. O verbo ocorre 94 vezes nos graus qal, piei, pual e hitpael. E em pregado
quase exclusivam ente para designar pureza ritual ou moral. Contudo, uma vez no piei
refere-se à ação de os ventos limparem os céus: uo vento que deixa [o céu] lim po” (Jó
37.21), e um a vez com o particípio piei refere-se à purificação da prata (Ml 3.3).
No total, tãhér e seus derivados ocorrem 204 vezes. Na grande maioria dos casos,
aparecem na literatura sacerdotal: aproxim adam ente 44% em Levítico e Números,
aproxim adam ente 16% em Êxodo (especialm ente para designar o ouro puro destinado à
adoração) e aproxim adam ente 14% em Crônicas e Ezequiel.
A LXX em geral traduz tãhér e seus derivados por katharizõ, katharos, katharismos,
etc., “purificar”, “puro”, “pureza”.
Num sentido material, o adjetivo tãhôr é empregado para descrever o ouro puro dos
acessórios do tabernáculo em várias passagens de Êxodo: da arca (25.11), do propiciatório
(25.17), da mesa (25.24), de vários utensílios (25.29), do candelabro (25.31), da lâmina
(28.36), do altar de incenso (30.3), etc. Fizeram -se vestes para Arão com cordões com o de
ouro puro (Êx 39.15); cf Êxodo 37ypassim. O candelabro de ouro tam bém é descrito como
candelabro puro (TB, Êx 31.8; 39.37).
Tam bém de ouro puro eram os acessórios do templo (1 Cr 28.17), sua decoração
interna (2 Cr 3.4) e o trono de Salom ão (2 Cr 9.17). A “mesa puríssim a” dos pães da
proposição (ARA, 2 Cr 13.11) é interpretada pela IBB como “m esa de ouro puro”.
O Senhor instruiu Moisés a fazer incenso arom ático que seria “puro e santo” (Êx
30.35).
O valor da sabedoria excede o de pérolas, topázio e ouro puro (Jó 28.18-19). As
palavras do Senhor são “palavras puras” (ARA), “sem m istura” (BJ, Sl 12.6[7]), com o a
prata.
Na visão de Zacarias (Zc 3.5), o sumo sacerdote Josué devia trocar suas vestes
im undas por trajes ricos, inclusive um “turbante lim po” (IBB, “mitra lim pa”). A pureza
cintilante desse turbante simbolizaria a nova condição santificada de Josué.
A palavra tãhér é usada para designar a purificação, quer pelo fogo, quer pela “água
purificadora” (Nm 31.23), de despojos tomados na guerra. O verbo e seus derivados são,
na m aioria das vezes, usados para indicar a purificação necessária para restaurar alguém
que ficou impuro (veja tãmé’) a uma condição de pureza, de maneira que essa pessoa
possa participar das atividades rituais (Lv 22.4-7).
Após o nascimento de uma criança, a mãe tinha de aguardar certo período e, então,
trazer certas ofertas a fim de ser purificada “do fluxo do seu sangue” (Lv 12.7, 8). Um
hom em que tivesse um fluxo aguardava sete dias e, então, lavava suas roupas e banhavase
a fim de ficar limpo (Lv 15.13). É incerta a identificação do fluxo (veja züb). Seria
diarréia? Ou qualquer ferida com secreção?
Um leproso que tivesse sido curado tinha de passar por uma cerimônia com plexa
para ser declarado limpo (Lv 14): era preciso apresentar duas aves “limpas” e vivas; o
sacerdote m atava uma das aves, mergulhava a que estava viva no sangue, borrífava o
561