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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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350 rVpa (gãlâ)<br />

duas raízes. De qualquer forma, analisaremos o verbo em função desses dois significados<br />

principais: “descobrir” e “partir”, “ir para o exílio”.<br />

Revelar. No qal o verbo é, com freqüência, empregado com os órgãos do sentido por<br />

objeto: a orelha (1 Sm 9.15, passim ) e o olho (Nm 24.4).<br />

A expressão idiomática “destapar a orelha” significa simplesmente “mostrar”,<br />

“revelar”. Tendo o homem por sujeito, ela aparece na relação de Saul com Jônatas (1 Sm<br />

20.2), de Jônatas com Davi (1 Sm 20.12, 13), dos assistentes com Saul (1 Sm 22.8), dos<br />

sacerdotes com Saul (1 Sm 22.17), de Boaz com o parente mais próximo (Rt 4.4). Tendo<br />

Deus por sujeito, na relação deste com Samuel (1 Sm 9.15), com Davi (2 Sm 7.27 = 1 Cr<br />

17.25), com pessoas comuns (na fala de Eliú, Jó 33.16; 36.10). Uma vez que a expressão<br />

é usada tanto para Deus quanto para o homem, não se deve entender como termo técnico<br />

designativo da revelação de Deus. A Samuel Deus revela-se diretamente (cf. Is 22.14) e<br />

a Davi às vezes passa sua revelação por meio do profeta Natã. Às pessoas comuns ele se<br />

revela em sonhos ou visões (Jó 33.16) ou em experiências difíceis (Jó 36.10).<br />

Amós empregou gãlâ, tendo usado sõd (“segredo”) por objeto, em sua clássica<br />

declaração sobre a revelação de Deus a seus profetas: “Certamente o SENHOR não fará<br />

coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3.7).<br />

(O verbo também tem sõd por objeto em Pv 20.19.)<br />

Quando Deus revelou-se a Balaão, os olhos de Balaão foram “abertos”, “desvendados”<br />

(Nm 24.4, 16). Parece que. dessa maneira. Balaão viu algo que, de outra forma, não<br />

estaria vendo.<br />

Além dessas revelações particulares, o qal de gãlâ é usado para designar uma<br />

comunicação generalizada. Durante a intriga e a disputa entre Hamã e Mordecai, os<br />

editos do rei foram divulgados a toda a população das províncias anunciando aquilo que<br />

tanto Hamã (Et 3.14) quanto Mordecai (8.13) haviam escrito. O particípio passivo de qal<br />

é usado em Jeremias 32.11,14 para indicar um documento “aberto” em contraste com um<br />

selado.<br />

No nifal a ação acontece ao próprio sujeito, seja de forma passiva, seja reflexiva.<br />

Assim sendo, num sentido passivo ela significa “expor”: a nudez (Êx 20.26; Is 47.3), as<br />

roupas íntimas (Jr 13.22) e os fundamentos do mundo (2 Sm 22.16 = Sl 18.16), onde o<br />

verbo está em paralelo com o nifal de rã'ã, “estar visível”. Desse modo também significa<br />

“ser conhecido” (Is 23.1) e “ser revelado” referindo-se a uma palavra de Deus a Daniel<br />

(Dn 10.1).<br />

No sentido reflexivo significa “desnudar-se” (três vezes aplicado a Davi em 2 Sm 6.20)<br />

ou “mostrar-se/revelar-se”, referindo-se a Jônatas em relação aos filisteus (1 Sm 14.8), às<br />

portas da morte em relação a Jó (Jó 38.17), e a Deus. Tendo Deus como sujeito, usa-se o<br />

verbo neste sentido para designar sua teofania a Jacó (Gn 35.7; cf. Gn 28). A palavra<br />

também é empregada três vezes para indicar a revelação de Deus durante a infância de<br />

Samuel: sua revelação aos antepassados de Eli (1 Sm 2.27), a Samuel (1 Sm 3.21; c f 1<br />

Sm 3.7). Aqui, como também na expressão idiomática “destapar a orelha” e na declaração<br />

clássica de Amós, ela denota a revelação de Deus a um profeta.<br />

Em Deuteronomio 29.28 emprega-se o particípio nifal com uma noção passiva para<br />

indicar as ameaças e as promessas ostensivas reveladas a Israel naquele livro. De acordo<br />

com Isaías 40.5, a glória do Senhor — sua vitória triunfante na torra através de seu<br />

governo em Israel — será revelada a toda carne. Tem o mesmo sentido em Isaías 56.1 e<br />

é usada em Isaías 53.1 para indicar a revelação à humanidade da obra de Deus por<br />

intermédio do Servo Sofredor.<br />

Assim, embora não seja um termo técnico indicativo da revelação divina, o verbo<br />

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