DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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15.17; 2 Sm 12.7). Segundo, conquanto o agente da unção possa ser um sacerdote ou
profeta, os escritores falam dos ungidos como aqueles a quem o Senhor ungiu (e.g., 1 Sm
10.1; 2 Sm 12.7). Tal forma de expressão salienta que é Deus quem é o agente
competente, que o ungido é inviolável (1 Sm 24.8 e ss.) e que o ungido deve ser tido na
mais alta consideração (cf. 1 Sm 26.9 e ss.). Terceiro, pode-se inferir que o entendimento
à época era que a capacitação divina acompanhava o mãshah. Acerca de Saul e também
de Davi se diz que, com relação à sua unção, “o espírito do SEN H O R se apossou” deles (1
Sm 10.6 e ss.; 1 Sm 16.13 e ss.). Por fim, na forma mãshiah, a palavra mãshah foi
associada ao libertador prometido e que viria, Jesus. Embora, ao contrário do que muitas
vezes se supõe, essa associação com o vocábulo mãshah não seja tão freqüente no AT, é
cada vez mais perceptível no AT a perspectiva de um governante justo e cheio do Espírito
(cf. Is 9.1-7; 11.1-5; 61.1).
m ã s h i a h . U n g i d o , a q u e l e q u e é u n g i d o . Esta palavra, empregada como adjetivo e
substantivo, ocorre cerca de 40 vezes no AT, basicamente em 1 e 2 Samuel e em Salmos.
Conquanto possa designar uma função, tal como a do sumo sacerdote (Lv 4.3), mãshiah
é quase exclusivamente reservado como sinônimo de “rei” (melek, q.v.), como em textos
poéticos, onde é paralelo de “rei” (1 Sm 2.10; 2 Sm 22.51; cf Sl 2.2; 18.50 [51]; mas cf. Sl
28.8, onde é paralelo de “povo”). São notáveis as frases “o ungido do SEN H OR” (mãshiah
Y H W H ) ou equivalentes, tal como “seu ungido”, as quais se referem a reis. Títulos
honoríficos, sem dúvida, as expressões também ressaltam o relacionamento especial entre
Deus e o ungido.
Um texto bastante debatido é aquele que menciona Ciro, um não-israelita, como o
ungido do Senhor (limshihô, Is 45.1). Caso mãshiah seja entendido como indicativo de um
rei ideal, piedoso e reto, então a designação “ungido” provoca dificuldades, pois Ciro era
adorador de Marduque (ou Merodaque) e de outras divindades pagãs. Entretanto, foi Ciro
quem o Senhor designou para uma tarefa específica. O trecho de Isaías sugere que
entenda-se mãshiah como alguém “escolhido” (bãhar, q.v.) para uma tarefa, caracteristicamente
uma tarefa de libertação — a libertação de Israel das mãos de seus captores
babilônios, fazendo o povo de Deus voltar à sua terra.
No que diz respeito ao rei, essa tarefa estava centrada num governo justo no contexto
da graça divina, o que incluía libertação da opressão. Saul, o primeiro rei, em sua
primeira grande campanha militar exemplificou as qualidades de um m ã s h i a h (1 Sm 11).
Ele foi dotado do Espírito de Deus, obteve vitória sobre os inimigos amalequitas e
permitiu que vivesse um grupo que, por suas ações, merecia a morte (1 Sm 11). Devido
ao pecado de Saul e à sua postura global diante de Deus, é Davi quem se torna o
arquétipo do mãshiah.
A literatura de Salmos considera de modo todo especial o mãshiah como agente de
Deus ou seu vice-regente (como em Sl 2.2). Nesta passagem bastante debatida, o primeiro
nível de significado pode ser o de um rei israelita imediato que, por estar aliado com
Deus, é o mãshiah contra quem inimigos lutam em vão. Até mesmo a promessa de que
os confins da terra estarão sob a posse do mãshiah harmonizam-se com as expectativas
de Israel quanto ao rei nacional (Sl 72.8 e ss.; Sl 18.44-48). Mas pelo NT ficamos sabendo
que o mãshiah de Salmos 2 não pode ficar limitado a um rei que há de ocupar o trono,
mas é uma referência ao vice-regente incomparável, Jesus Cristo (At 13.32 e ss.; cf. Hb
1.5; 5.5). Os assim denominados salmos reais, inclusive portanto Salmos 2, podem ser
considerados legitimamente messiânicos, muito embora alguns inicialmente possam
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