DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

877 (yãsar)
procedimento que teve com seus irmãos quando jovem talvez revele algo a seu respei
(Gn 37). No entanto, Gênesis 39.9 claramente aponta para a base teológica de sua éti
“Como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?”. Na verdade,
longo da narrativa, o centro da atenção é a atividade divina na história de seu povo. I
se vê cristalinamente na insistência de José de que, “para conservação da vida, Deus
enviou adiante de vós” (45.5, idéia que é repetida em 45.6-9 para que não se perca
mensagem). Depois da morte de Jacó, ele uma vez mais enfatiza o “bem” de
providência divina, mesmo quando o “mal” é que havia sido desejado (50.20 s.). Além
disso, em seu leito de morte José fundamenta sua fé nas promessas da aliança que,
juramento, Deus fez a seus antepassados. Com base nessa certeza ele requer que se
restos mortais sejam sepultados na terra prometida (50.24 s.; cf Hb 11.22).
A explicação do José acerca dos sonhos de Faraó, de que “Deus manifestou a Faraó
o que há de fazer” (41.25, 27, 32, 39) também deve aplicar-se aos próprios sonhos de José
(cap. 37). Veja também 40.8. Finalmente; sua vida deu claro testemunho de que andou
junto do Senhor (39.3). Mesmo ao dar nome a seus dois filhos, tinha consciência da
atividade graciosa de Deus (41.51 s.).
P.R.G.
877 (yãsar) disciplinar, repreender, instruir.
Termos Derivados
877a ~iÍG' (yissôr) aquele que reprova. Somente em Jó 40.2.
877b tIOTü (müsãr) disciplina.
A LXX traduz basicamente como paideuo, que enfatiza a noção de educação. O cognato
ugarítico ysr significa “repreender, instruir” (UT 19: n? 1 120).
A partir do uso e de paralelos no AT, deve-se concluir que yãsar e müsãr denotam
a correção que resulta em educação. A disciplina tem seu fundamento teológico na aliança
que Yahweh estabelece com seu povo. Estas palavras são encontradas quase 90 vezes,
sendo nove no Pentateuco, 26 nos profetas e 50 nos hagiógrafos (36 em Pv). Em Levítico
26.18, 28 usa-se yãsar na fórmula “tornarei a castigar-vos sete vezes mais”, que tem um
paralelo bastante claro no versículo 24: “(eul vos ferirei sete vezes mais” (nãkâ, “espancar,
ferir, bater”). A disciplina corretiva de Deus procura que o povo mude (v. 23). Os outros
seis usos no Pentateuco encontram-se em Deuteronomio, o importantíssimo documento
de renovação da aliança. Deuteronomio 11.2 ss. é chave para a compreensão de müsãr:
“Considerai ... a disciplina do SENHOR vosso Deus,... a grandeza do SENHOR.... e também
os seus sinais, as suas obras, que fez no meio do Egito a Faraó,... e o que vos fez ao
exército do Egito,... e o que fez no deserto”. Em suma, o müsãr de Yahweh é a sua
atividade poderosa na história da aliança, atividade mediante a qual ele se revela (cf. v.
7 com 4.35 s.).
Não se deve interpretar negativamente a disciplina de Yahweh, pois as dificuldades
Ho deserto tiveram romo contrapartida aquilo que ele proveu miraculosamente, sendo que
tanto um quanto outro tiveram como objetivo testar “o que estava no teu coração, se
guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt 8.2). Por essa razão, através da fome e
também do maná que Deus providenciou eles deviam “entender que não só de pão viverá
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