DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1734 n íQ (pãdâ)
Quando os israelitas foram contados no monte Sinai, por ordem divina foi
determ inado que os levitas fossem isentos de alistar-se no censo; os levitas seriam
separados para o Senhor em lugar do povo, e os animais dos levitas, em lugar dos animais
do povo (Nm 3.44 e ss.). O número de primogênitos que excedeu o número de levitas foi
então redimido ao preço de cinco siclos cada, e o dinheiro foi entregue a Arão e seus filhos.
De acordo com a legislação de Êxodo 13.11-16; 34.19-20 e Números 18.8-32, em gerações
posteriores os primogênitos de seres humanos e de animais imundos deviam ser
resgatados, mas os primogênitos de vacas, ovelhas ou cabras eram irresgatáveis porque
eram santos para o Senhor e, por isso, deviam ser sacrificados; mas os prim ogênitos de
jum entas, deviam ser resgatados por um cordeiro ou então ser mortos.
Aquilo que era santo para o Senhor, i.e., o primogênito de vaca, ovelha e cabra, não
seria resgatado. Semelhantemente, toda coisa ou pessoa “devotada” ao Senhor (hrm ), i.e.,
posta sob interdito (“condenada,” ARA) e que, por isso mesmo, não podia ser apropriada
pelos hom ens, era “santíssim a” ao Senhor e, portanto, irresgatável (Lv 27.28-29; a palavra
em pregada aqui para “resgatar” é g ã ’al, que às vezes é usada como sinônim o e junto de
pãdâ). O herem diz respeito aos despojos de guerra, como na batalha de Jericó (cf. Js
6— 7, à luz da lei de Levítico).
O tem a de resgate não deverá ser identificado apenas com os primogênitos nascidos
A
em Israel. O próprio Israel era o primogênito de Deus (Ex 4.22) e fora resgatado por Iavé:
“Lem brar-te-ás de que foste servo na terra do Egito e de que o SENHOR teu Deus te
‘rem iu’” (Dt 15.15; 24.18). Pela mão de Deus Israel fora libertado, resgatado da servidão
no Egito. Esse fato havia de influenciar o pensamento hebreu ao longo dos séculos que se
seguissem (cf. 2 Sm 7.23; Sl 78.42; 111.9; Mq 6.4). Isaías até m esmo interpretou como
redenção o chamado divino a Abraão desde Ur (Is 29.22; cf. 1 Pe 1.18). De form a
sem elhante ele viu o livramento futuro de Sião como resultado da m esm a atividade
redentora (Is 35.10; 51.11; cf. tam bém Is 50.2; Zc 10.8).
O conceito da redenção continuou-se ampliando. Deus, que havia resgatado seu povo
do Egito, tam bém iria livrá-los de outras dificuldades. Davi pôde afirm ar que Deus o
resgatara de todas as adversidades (2 Sm 4.9; 1 Rs 1.29), por isso m esmo ele pôde orar
“ó Deus, redim e a Israel de todas as suas tribulações” (Sl 25.22).
Os Salmos muitas vezes falam da ação divina de livrar ou redim ir a vida hum ana
de algum perigo (Sl 26.11; 31.5; 34.22 [23]; 44.26 [27]; 71.23) ou das mãos de opressores
hum anos (Sl 55.18 [19]; 69.18 [19]; cf. tam bém Jó 6.23). O m aior perigo ou adversário que
o hom em enfrenta é a Morte, o Sheol, a Cova. O salm ista expressa de modo pungente a
insuficiência hum ana em Salmos 49.8-9 [9-10], mas conclui que o poder redentor de Deus
não está lim itado (v. 15 [16]). A ressurreição é o derradeiro resgate operado por Deus em
favor do homem.
É bastante interessante que apenas uma vez se empregue pãdâ em referência ao
resgate do pecado (Sl 130.7-8). Esse aspecto ficou para depois, na revelação com pleta da
nova aliança. Infelizmente, esta última ênfase tom ou-se tão dom inante na teologia cristã
da redenção ao ponto de surgir um a tendência de desconsiderar o fato de que tanto o NT
quanto o AT enxergam a redenção, ou salvação, em termos da situação hum ana total.
M esm o um a leitura rápida do Evangelho de Lucas fará ver o reflexo da herança do AT no
conceito de salvação.
O emprego de pãdâ e seus derivados ocorre, às vezes, em paralelo com outras raízes.
Deve-se destacar particularmente que g ã ’al é usado como sinônimo. As duas raízes dizem
respeito à redenção mediante o pagamento de um resgate, em bora seja sugerido q u e^ ã ’aZ
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