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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1395 (nãpash)<br />

A contagem do uso de nepesh no AT é de 755 ocorrências, sendo que na tradu<br />

grega (LXX) a palavra é vertida cerca de 600 vezes por psyché. Das 144 vezes em qi<br />

usada em Salm os, em m ais de 100 vem acompanhada do sufixo pronominal da primf<br />

pessoa do singular, “m inha alm a”. Assim, no seu uso mais sintético, nepesh designa<br />

pessoa na sua totalidade. Em Gênesis 2.7 “o hom em passou a ser uma criatura [nepz:<br />

viva ’ (lit.) — não se deve interpretar o substantivo no sentido m etaflsico-teológico q<br />

tendem os a dar à palavra “alm a” hoje em dia. Exatamente a mesma expressão hebr '<br />

(nepesh hayyâ) — tradicionalm ente traduzida por “alma vivente” — ocorre também<br />

Gênesis 1.20, 21, e 24. Em outras palavras, nesta passagem, em que o homem está se<br />

associado às demais criaturas, tanto estas quanto aquele partilham da m esm a experiên<br />

entusiástica de vida, de modo que o homem não está sendo definido como um ser disti<br />

*<br />

daquelas outras criaturas. E verdade, no entanto, conform e assinalado por Oehler, q<br />

a fonte da nepesh de animais é o solo, ao passo que a fonte da nepesh de Adão é Deus.<br />

Deve-se prestar especial atenção às traduções antônimas, “m ortos”, “cadáv<br />

encontradas em Levítico 19.28; 21.1, 11; Números 5.2; 6.6, 11; 9.6, 7, 10; etc. Ne<br />

citações, “m orto/m ortos” é tradução de nepesh, ao passo que “cadáver” trad<br />

nepeshJnapshõt mét (“alm a/alm as m ortalsl”). Esta última expressão indica “uma pessoa<br />

(ou pessoas) que m orreu”, sendo que a ênfase recai sobre a identidade pessoal de u «<br />

“indivíduo”, de sorte que, dentro do contexto, o vocábulo nepesh refere-se por si só a um<br />

indivíduo morto, “alguém que morreu”, e a palavra em si não chega a ter o sentido<br />

“corpo” físico.<br />

O uso de nepesh com referência a Deus é raro, pois Deus não possui os anseios nem<br />

os apetites com uns ao ser humano. Tampouco a sua vida experim enta os limites impostos<br />

pela morte. Além das passagens já assinaladas, citamos mais algumas em que a palavra<br />

ê em pregada para expressar de forma marcante sua exaltada rejeição ou inclinação por<br />

alguém. O primeiro caso é mais freqüente. Dessa m aneira ele ameaça: “A ceita a<br />

disciplina, ó Jerusalém , para que eu [lit., ‘minha alm a’] não me aparte de ti” (Jr 6.8); j<br />

Jerem ias 5.9, 29; 9.8; 15.1; passim . Por outro lado, seu am or fervoroso, seu prazer e sua<br />

atitude favorável para com seu servo são assim mencionados: “o meu escolhido, em quem<br />

a m inha alm a se com praz” (Is 42.1).<br />

Não se deve concluir, com base neste estudo de nepesh que o AT apresenta o hom em<br />

com o um ser apenas físico. Quanto a isso, existem outras idéias do AT que devem ser<br />

consideradas: (1) o ensino do AT acerca do “espírito” do homem; (2) o ensino do AT acerca<br />

do “coração”, Lêb, do homem; (3) o tema da imagem de Deus (veja-se tselem ) no homem;<br />

e (4) o quadro traçado da relação do homem com Deus.<br />

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B .K .W .<br />

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