DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1686 n y j C ã ra b )
O terceiro e principal grupo é “ser/tornar-se penhor/garantia de”. Um exem plo
esplêndido se vê na narrativa de José. Judá arrisca-se a, diante de seu pai, Jacó, ser o
fiador da devolução de seu irm ão mais novo, Benjamim. Ele afirm a: “Eu serei fiador por
ele; da m inha mão o requererás” (IBB; ARA, “eu serei responsável por ele”, Gn 43.9; cf.
44.32). Outro tipo de exem plo ocorre no substantivo ‘êrãbôn (veja-se abaixo) em Gênesis
38 (w . 17-18, 20). Nesse capítulo pouco nobre da degradação espiritual de Judá, o leitor
observa que ele é em botado não apenas no plano espiritual, mas tam bém no racional. Ele
deixa com Tam ar, a nora que estava disfarçada, o sinete, o cordão e o cajado para
servirem de ‘êrãbôn. A o deixar com ela o seu “cartão de crédito”, ele perdeu a
oportunidade de se m anter anônim o nesse sórdido acontecim ento.
O hitpael de ‘ãrab é encontrado em um único contexto, tendo o sentido de “fazer um a
aposta” (2 Rs 18.23; Is 36.8). As formas no hitpael encontradas em Salm os 106.35;
Provérbios 14.10; 20.19; 24.21, e relacionadas por BDB sob a raiz *ãrab I, “em penhar”, são
m ais bem entendidas se vistas com o form as da hom ônim a raiz I, “associar-se com ”,
“m isturar-se com ”, “m isturar” (vejam -se KB, H olladay, Lisow sky).
‘ ã r u b b â . P e n h o r , c a u ç ã o . Encontrado som ente em 1 Sam uel 17.18; Provérbios 17.18.
‘ê r ã b ô n . P en h o r. Usado som ente em Gênesis 38 (três vezes, w . 17-18, 20) em referência
ao selo de Judá, seu “cartão de crédito”. O substantivo *êrãbôn (ugarítico ‘rbn) é um a das
poucas palavras sem íticas que passaram para as línguas ocidentais (grego, arrabõn;
latim , arrabo; francês, les arrhes; português, arras). No NT em prega-se arrabõn em
referência ao Espírito Santo, que é o “penhor da nossa herança” (E f 1.14; cf. 2 Co 5.5). O
desejo de ter o próprio Deus com o “penhor” é um a esperança veterotestam entária.
Ezequias, chilreando e gem endo com o uma ave, disse: “os meus olhos se cansam de olhar
para cim a; ó Senhor, estou oprim ido, sê meu penhor” (Is 38.14, NAB; cf. Sl 119.122). De
m odo parecido Jó suplica a lavé: “Guarda contigo um a ‘fiança’ em meu favor, pois quem ,
senão tu, me apertará a m ão?” (BJ, Jó 17.3). Kidner com enta: “Ser fiador de Jó é um mau
negócio para qualquer um, m enos para Deus” (Proverbs, p. 72). A expressão paralela
“quem me apertará a m ão?” (lit.) tem o sentido de “quem dará garantias?”. O verbo tãqa\
“confirm ar um contrato”, “barganhar” (q.v.), é o costum eiro paralelo de eãrab I (veja-se
Pv 6.1; 11.15; 17.18; 22.26).
As passagens de Provérbios citadas acim a e que tratam de servir de fiador para um
em préstim o para terceiros (às quais podem os acrescentar 20.16 e 27.13, em que o verbo
paralelo é hãbêl) trazem sérias advertências contra esses atos bem -intencionados mas
insensatos. Um hom em que age assim é “falto de entendim ento” (Pv 17.18) e “sofrerá
m ales” (Pv 11.15). O conselho a quem assim se com prom eteu é desobrigar-se com o puder
(Pv 6.1-5). Uma vez mais citamos Kidner, para quem tal conselho “não acaba com a
generosidade, mas com a especulação. Ou seja, aquilo que alguém dá deve ser algo
inteiram ente voluntário”. E acrescenta: “M esmo para o beneficiário, um penhor
incondicional pode ser um desserviço indesejado ao expô-lo à tentação e à subseqüente
tristeza de ter levado um amigo à ruína” (KlDNER, Proverbs, p. 71-2). Com parem -se, no
entanto, as ações do bom sam aritano, em Lucas 10.35.
m a ‘ã rã b . M e r c a d o r ia (a r tig o s d e tr o c a ). Esse substantivo coletivo ocorre apenas em
Ezequiel 27 (nove vezes).
1165